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Compras parceladas sem juros no cartão podem estar com os dias contados

19 fev 2018 - 14h08
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A Associação Brasileira de Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) apresentou ao Banco Central, na última semana, uma proposta que pode colocar em risco as compras parceladas sem juros nos cartões de crédito.

Cartão de Crédito
Cartão de Crédito
Foto: Reprodução / Canaltech

Segundo o plano, os lojistas poderão oferecer aos consumidores a opção de financiar suas compras por meio da instituição emissora do cartão, com juros por elas aplicados. Vale ressaltar que os parcelamentos sem juros, atualmente, representam aproximadamente R$ 400 bilhões, o que equivale a cerca de 7% do PIB do Brasil.

A Abecs representa o interesse de grandes instituições financeiras, que possuem 78% de participação do mercado de máquinas de cartão e 93% do mercado de emissão de cartões de crédito. Se a medida for para frente, o impacto na economia pode ser avassalador, segundo associações que representam o coméricio, como a Associação Brasileira de Internet (Abranet) e Fecomercio.

Eduardo Parajo, presidente da Abranet, defende que o parcelamento sem juros é um avanço para o consumidor que, dada a proposta em análise no Banco Central, se encontra em risco: "O parcelamento sem juros no cartão é muito importante para o consumidor, para os lojistas e para a economia. Vendas parceladas sem juros representam mais de 50% das vendas com cartão, totalizando R$ 400 bilhões (7% do PIB). Quando substituiu o cheque pré-datado, décadas atrás, diminuiu os custos para consumidores, lojistas e aumentou a eficiência do sistema".

Segundo a explicação de Parajo, a mudança proposta tem como objetivo dificultar a compra parcelada através de cartões de crédito: "Pretendem encarecer o parcelado sem juros para viabilizar o parcelado com juros. Isto seria muito prejudicial para a economia. O parcelado sem juros faz parte da economia brasileira, e tem funcionado muito bem por décadas".

Além de ter o poder de diminuir o poder de compra do consumidor e abalar, assim, o comércio e a economia do país, a proposta pode também piorar o superendividamento do consumidor. Sobre isso, afirma Parajo: "A proposta de criação de um parcelado com cobrança de juros ao consumidor encarece o uso do cartão e, por isso, há retrocesso e risco de maior endividamento do consumidor. Isso porque, além de pagar os juros mensais na nova modalidade de parcelado, o consumidor continuará exposto a juros de parcelamento e rotativo, de mais de 100% ao ano. E o cheque pré-datado e o papel-moeda voltariam à cena, o que onera o lojista e expõe o consumidor a riscos de fraude e roubo".

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