Saiba o estado de saúde dos policiais baleados em megaoperação no Rio; um perdeu a perna
Confronto entre forças de segurança e o Comando Vermelho transforma o Complexo do Alemão e da Penha em campo de batalha; delegado sofre amputação e dois militares lutam pela vida
A cidade do Rio de Janeiro amanheceu em estado de choque após a operação mais sangrenta das últimas décadas. O que deveria ser uma megaoperação para cumprir mandados contra o Comando Vermelho terminou em uma verdadeira guerra urbana, com 121 mortos e 13 policiais feridos — entre eles, um delegado que teve a perna amputada depois de ser baleado.
A ação, que mobilizou cerca de 2,5 mil agentes das polícias Civil e Militar, tinha como objetivo prender líderes da facção e cumprir aproximadamente 100 mandados de prisão e 150 de busca e apreensão. O resultado, porém, ultrapassou qualquer expectativa: tiroteios intensos, helicópteros sobrevoando as comunidades e cenas de desespero entre moradores da região.
Dos 13 agentes atingidos, nove pertencem à Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ). Eles foram levados para o Hospital Central da Polícia Militar (HCPM), no Estácio, onde dois seguem em estado grave. Outros quatro policiais civis estão internados no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, mas o estado de saúde deles não foi divulgado a pedido das famílias.
Um dos casos mais graves é o do delegado Bernardo Leal Anne Dias, da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE). Ele foi atingido na veia femoral, o que causou uma grande perda de sangue. Bernardo foi transferido às pressas para o Hospital Samaritano, na Barra da Tijuca, onde teve a perna amputada durante uma cirurgia de emergência. A notícia abalou colegas de corporação e gerou comoção nas redes sociais.
A operação, classificada por autoridades como "a maior da história recente do Rio", resultou em apreensão de 118 armas, incluindo 91 fuzis, além de dez adolescentes apreendidos. O Instituto Médico-Legal (IML) Afrânio Peixoto ficou lotado após a ação, com a chegada constante de corpos vindos das comunidades.
O clima nas regiões do Complexo do Alemão e da Penha segue tenso. Moradores relatam medo de sair de casa e descrevem o som de tiros e explosões que duraram horas. "Parece que a gente vive no meio de uma guerra", contou uma moradora que pediu para não ser identificada.
Em nota oficial, a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro afirmou que os ataques contra os agentes "não ficarão impunes" e que "a resposta está sendo dada à altura". Segundo a corporação, novas ações serão realizadas nos próximos dias para prender criminosos que conseguiram escapar do cerco policial.
Enquanto isso, o estado de saúde dos policiais feridos segue inspirando cuidados. Colegas de farda e familiares fazem vigílias em frente aos hospitais, rezando pela recuperação dos militares. "Eles são heróis que arriscaram a própria vida para proteger a população", declarou um comandante da PMERJ.
A tragédia reacendeu o debate sobre a violência no Rio e a eficiência das operações policiais em áreas dominadas pelo tráfico. Especialistas cobram mais planejamento e inteligência para evitar novos episódios como este, que deixaram uma marca profunda na história da segurança pública do estado.
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