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Quadros de Tarsila e 'vidente': mulher é presa no Rio por golpe de R$ 720 milhões contra a mãe

Filha é acusada de subtrair 16 peças de artistas consagrados; esquema envolveu também 'tratamento espiritual'

10 ago 2022 - 09h48
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Um dos quadros recuperados pela polícia foi "Sol Poente", de Tarsila do Amaral
Um dos quadros recuperados pela polícia foi "Sol Poente", de Tarsila do Amaral
Foto: Delegacia Especial de Atendimento à Pessoa da Terceira Idade

A Polícia Civil do Rio prendeu na manhã desta quarta-feira, 10, uma mulher suspeita de aplicar um golpe de mais de R$ 720 milhões contra a própria mãe, uma idosa de 82 anos, em Ipanema, na zona sul carioca. Além da mulher, os agentes tentam cumprir mais cinco mandados de prisão e outros de busca, apreensão e bloqueio de bens.

A idosa é viúva de um grande colecionador e negociante de artes e a filha presa é acusada de subtrair 16 peças de artistas consagrados. Entre elas, há quadros de Tarsila do Amaral , como Sol Poente, e Di Cavalcanti. Somente três dos quadros são avaliados em mais de R$ 300 milhões. Eles já haviam sido negociados e foram recuperados em uma galeria de arte de São Paulo. 

De acordo com a polícia, o proprietário da galeria informou que, além daquelas peças, chegou a vender outras duas obras para o Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires. À polícia, ele afirmou que não desconfiou do negócio por conhecer a família e pelos quadros terem sido entregues a ele pela própria filha da idosa.

Além da subtração das obras de arte, a filha e os demais envolvidos também são suspeitos de roubar joias e desviar dinheiro da vítima através de transferências bancárias.

O golpe começou a ser aplicado em janeiro de 2020, quando a idosa saía de uma agência bancária em Copacabana, também na zona sul. Ela foi abordada por uma mulher que se apresentou como vidente e disse que sua filha estaria doente e que morreria em breve.

Por ter um lado místico, e pelo fato de ter uma filha que enfrenta problemas psicológicos desde a adolescência, a idosa foi convencida – inclusive pela filha – a realizar pagamentos para “tratamento espiritual”. Em menos de três semanas, foram realizadas oito transferências bancárias que ultrapassaram R$ 5 milhões. 

Segundo a polícia, dias após o início do falso tratamento, a filha começou a isolar a mãe de outras pessoas e dispensou funcionários que prestavam serviços domésticos a ela. A idosa desconfiou das atitudes e suspendeu as transferências. A partir daí, ela passou a ser agredida e ameaçada.

Estadão
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