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Protestos e CPI impulsionam pedidos de impeachment de Bolsonaro nas redes sociais

Atos de rua estão marcado para este sábado, 3, em diversas cidades do País

3 jul 2021 - 05h10
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As manifestações de rua contra o governo e a CPI da Covid, que agora tem como foco as suspeitas na compra de vacinas, deram fôlego aos pedidos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais. O pico de menções contrárias ao presidente ocorreu em 29 de maio, quando a oposição realizou o primeiro ato desde o início da pandemia.

O Instagram registrou a maior quantidade de interações, cerca de 30 milhões. Porém, o número reduziu quase à metade (16 milhões) no segundo ato, em 19 de junho. Dados do professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Fabio Malini, consideraram hashtags ou expressões como "29M", "29MForaBolsonaro" e "29MPovo nas ruas".

No Twitter, o movimento se repetiu. O total de interações ficou em torno de 1 milhão no primeiro dia de protestos, se considerados os tuítes originais, retuítes, respostas e menções, conforme análise feita para o Estadão pela Bites, empresa especializada em monitoramento de redes sociais. Os marcadores com mais interações foram #forabolsonaro e #29mforabolsonaro.

O pico mais recente no Twitter ocorreu em 30 de junho, última quarta-feira, quando foi protocolado na Câmara dos Deputados um "superpedido" de impeachment que reuniu de Kim Kataguiri e Joice Hasselmann a PCdoB, UNE, PSOL e PT. Quatro dias antes, a declaração de Luís Miranda na CPI implicando Ricardo Barros em denúncia de corrupção também repercutiu na rede.

Nos grupos públicos e páginas oficiais do Facebook, o total de interações, considerando comentários, compartilhamentos e reações, em 29 de maio, foi de 8 milhões, enquanto 5 milhões foram registradas na manifestação de rua em 19 de junho.

Para Malini, especialista em redes sociais, o número mais expressivo em maio pode ser justificado pela maior adesão de artistas, nas ruas e no virtual, à campanha contra o presidente. A morte do ator Paulo Gustavo, em 4 de maio por complicações da covid-19, pode, segundo ele, ter impulsionado o engajamento.

O posicionamento dos artistas movimenta grande parte desse público. Quando o País registrou 500 mil mortos pela covid-19, no dia 21 de junho, a influenciadora Juliette Freire alcançou 3 milhões de perfis com um tweet que terminava com a hashtag #ForaBolsonaro.

Na manifestação do dia 19 de junho, a atriz Paola Oliveira convidou seus seguidores para o ato e publicou tweet com a hashtag #19JForaBolsonaro, que alcançou 2 milhões de perfis e teve 15 mil retweets.

O professor e pesquisador Viktor Chagas, da Universidade Federal de Fluminense (UFF), afirma que as manifestações ampliam o debate das pautas, o que pode gerar apelo público. "É importante que a gente preste atenção no potencial de circulação dessas mensagens, nas questões que essas ações estão evocando. Elas ajudam, sem dúvida nenhuma, determinadas agendas a ganharem circulação e, consequentemente, impulso também", disse.

Estadão
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