Policiais são mortos em megaoperação contra facção no RJ
Outras três pessoas que não estavam envolvidas nos confrontos foram atingidas por balas perdidas: uma pessoa em situação de rua, uma mulher em uma academia próxima ao batalhão de Olaria e um homem em um ferro-velho
Quatro agentes de segurança perderam a vida e, ao menos, outros seis policiais - militares e civis - foram atingidos e ficaram feridos durante a megaoperação, realizada nesta terça-feira (28) nos Complexos do Alemão e da Penha, localizados na Zona Norte do Rio de Janeiro, segundo o g1. A ação, que teve como alvo o Comando Vermelho (CV), alcançou um registro de óbitos que, conforme números confirmados pelo Palácio Guanabara, a coloca como a operação policial mais letal da história do estado.
Os policiais que faleceram na ação são:
- Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho (51 anos), comissário de polícia da 53ª DP (Mesquita);
- Rodrigo Velloso Cabral (34 anos), da 39ª DP (Pavuna);
- Cleiton Serafim Gonçalves (40 anos), do Batalhão de Operações Especiais (Bope);
- Heber Carvalho da Fonseca (39 anos), do Batalhão de Operações Especiais (Bope).
Além dos óbitos, um delegado da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) foi ferido e levado para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha. Ele passou por procedimento cirúrgico e seu estado era considerado grave na última atualização. Outro policial militar também foi atingido na perna enquanto estava em uma área de mata.
De acordo com o g1, operação, que mobilizou cerca de 2,5 mil agentes das Polícias Civil e Militar, juntamente com promotores do Ministério Público (MPRJ), foi realizada com o intuito de cumprir 100 mandados de prisão e 150 de busca e apreensão. O foco da investigação, conduzida pela DRE por mais de um ano, estava nas lideranças do Comando Vermelho, facção criminosa que exerce controle em 26 comunidades da região.
O avanço das forças de segurança encontrou reação com disparos de armas de fogo. Os indivíduos que resistiam à ação ergueram barricadas em chamas com o objetivo de dificultar o acesso dos agentes. Em resposta à ofensiva, a Polícia Civil informou que artefatos explosivos foram lançados por drones. Foi observada, ainda, a fuga em fila pela área alta da comunidade, um movimento que já havia sido registrado durante a ocupação do Alemão em 2010.
O balanço da operação registra a morte de 60 homens identificados como integrantes do tráfico. Mais de 80 indivíduos foram presos, incluindo nomes importantes do CV. Entre os capturados estão Thiago do Nascimento Mendes, o Belão do Quitungo, apontado como um dos chefes do Comando Vermelho na região, e Nicolas Fernandes Soares, identificado pela Polícia Civil como o operador financeiro de um dos líderes da facção, Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca ou Urso.
A logística da ação incluiu a utilização de helicópteros, veículos blindados, drones e veículos de demolição, elementos usados para assegurar a progressão das tropas no terreno.
Adicionalmente, três pessoas que não estavam envolvidas nos confrontos foram atingidas por balas perdidas: uma pessoa em situação de rua, uma mulher em uma academia próxima ao batalhão de Olaria e um homem em um ferro-velho. Todos foram resgatados.