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Venezuela dá prazo de 72 horas para diplomatas dos EUA deixarem país; culpa Trump por blecaute

12 mar 2019 - 13h14
(atualizado às 13h26)
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A Venezuela ordenou nesta terça-feira que diplomatas norte-americanos deixem o país em até 72 horas, depois que o presidente Nicolás Maduro acusou o presidente norte-americano, Donald Trump, de promover uma "sabotagem" que levou o país petroleiro a sofrer o pior blecaute da sua história.

Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro
11/03/2019
Palácio de  Miraflores/Divulgação via REUTERS
Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro 11/03/2019 Palácio de Miraflores/Divulgação via REUTERS
Foto: Reuters

O ministro das Relações Exteriores venezuelano, Jorge Arreaza, disse que os diplomatas norte-americanos em solo venezuelano devem partir dentro de três dias, depois que foram interrompidas as negociações para a manutenção de "seções de interesse" diplomáticas nos dois países.

"A presença no solo venezuelano desses funcionários representa um risco para a paz, a unidade e a estabilidade do país", disse o governo da Venezuela em comunicado.

O Departamento de Estado dos EUA anunciou na segunda-feira que retirará sua equipe da Venezuela nesta semana, dizendo que sua presença se tornou "um constrangimento para EUA".

Washington reconheceu o líder da oposição Juan Guaidó como presidente legítimo da Venezuela depois que o presidente do Congresso, de 35 anos, declarou ser presidente provisório, em janeiro, afirmando que a reeleição de Maduro em 2018 foi uma fraude. A maioria dos países da Europa e da América Latina seguiu o exemplo.

Maduro, que detém o controle das instituições militares e outras instituições do Estado, bem como o apoio da Rússia e da China, denunciou Guaidó como um fantoche dos Estados Unidos.

Com o blecaute na Venezuela em seu sexto dia, os hospitais se esforçaram para manter os equipamentos funcionando, enquanto alimentos apodrecem no calor tropical e as exportações do principal terminal de petróleo do país foram fechadas.

Julio Castro, da organização não governamental Médicos pela Saúde, disse no Twitter na noite de segunda-feira que 24 pessoas morreram em hospitais públicos desde o início do apagão.

O Congresso da Venezuela, controlado pela oposição, declarou um simbólico "estado de alarme" na segunda-feira.

A energia foi religada para muitas partes do país nesta terça-feira, incluindo algumas áreas que não tinham eletricidade desde a última quinta-feira, de acordo com testemunhas e mídias sociais.

Mas a eletricidade ainda era parcial em partes da capital Caracas e na região oeste, perto da fronteira com a Colômbia.

Maduro culpou Washington por organizar o que ele disse ser um sofisticado ataque cibernético contra as operações de energia hidrelétrica da Venezuela.

"Donald Trump é o maior responsável pelo ataque cibernético ao sistema elétrico venezuelano", disse Maduro em uma transmissão feita do palácio presidencial de Miraflores, na noite de segunda-feira.

"Esta é uma tecnologia que só o governo dos Estados Unidos possui."

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