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Trump sabia de reunião entre aliados e russos, diz advogado

Fontes ouvidas pela CNN dizem que Michael Cohen está disposto a confirmar que presidente mentiu sobre o encontro

27 jul 2018 - 08h05
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WASHINGTON - O ex-advogado pessoal de Donald Trump, Michael Cohen, alega que o presidente tinha conhecimento do encontro realizado na Trump Tower entre membros de sua campanha eleitoral e uma advogada russa e possível informante do Kremlin, diz a emissora CNN. A reunião ocorreu em junho de 2016 e nela os russos apresentaram uma proposta de revelar informações prejudiciais sobre a candidata democrata Hillary Clinton para beneficiar a campanha de Trump à presidência.

De acordo com fontes ouvidas pela CNN com conhecimento do caso, Cohen está disposto a confirmar a informação ao procurador especial Robert Mueller, responsável pelas investigações sobre conluio entre assessores do presidente e russos durante as eleições presidenciais.

Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Casa Branca, em Washington
Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Casa Branca, em Washington
Foto: Joshua Roberts / Reuters

"Ele (Cohen) não pode ser crível", respondeu o atual advogado de Trump, Rudy Giulani. "Se eles acreditarem nele, isso vai destruir todo o caso que eles possam ter", disse, se referindo às investigações de Mueller.

Cohen não respondeu os pedidos de entrevista. Seu advogado, Lanny Davis, também não comentou a reportagem da CNN, assim como Peter Carr, o porta-voz do procurador Robert Mueller. O Escritório da Procuradoria Federal de Manhattan também não se pronunciou sobre o caso.

Considerado o antigo "quebra-galhos" de Trump, Cohen está sendo investigado por fraudes bancárias e fiscais e violação de leis de campanhas eleitorais por causa de um pagamento de US$ 130 mil pelo silêncio da atriz de filmes adultos Stormy Daniels, que alega ter tido um caso com Donald Trump em 2006. O presidente nega o affair.

Até o momento, Cohen não foi formalmente acusado de nenhum crime, mas a relação que tinha com Trump se deteriorou após o início das investigações federais. Nesta semana, o ex-advogado divulgou áudios que sugerem que Trump tinha conhecimento do pagamento feito a uma ex-modelo durante a campanha eleitoral. A ex-playboy também alega ter tido um relacionamento extraconjugal com Trump. O trecho, no entanto, é ambíguo e, segundo os representantes do presidente, Trump sugeria não realizar pagamento nenhum.

A revelação de que Trump sabia da reunião entre seu filho, Donald Trump Jr., seu genro, Jared Kushner, e o então assessor de sua campanha, Paul Manafort, com a advogada russa Nataliya Veselnitskaya, apontada como informante do Kremlin, desmentiria a resposta dada pelo presidente quando o encontro foi revelado. À época, Trump disse que não teve conhecimento da reunião, versão corroborada por Donald Trump Jr. durante depoimento ao Comitê Judiciário do Senado, em setembro de 2017.

Alan Futerfas, advogado de Donald Trump Jr., disse que seu cliente "tem sido profissional e responsável durante as investigações conduzidas por Mueller e pelo Congresso". "Nós estamos confiantes da precisão e a confiabilidade da informação providenciada pelo Sr. Trump Jr", disse.

O encontro entre os três assessores de Trump e a advogada russa discutiu o repasse de informações prejudiciais sobre a candidata democrata Hillary Clinton. A reunião é alvo de investigação sobre possível conluio entre a campanha republicada e russos. //REUTERS

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