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Tarifas dos EUA sobre o Canadá são adiadas por pelo menos 30 dias, diz Trudeau

Segundo premiê, acordo foi aceito por Trump após Canadá prometer mais cooperação na segurança da fronteira, em movimento parecido ao acordo feito com o México mais cedo

3 fev 2025 - 19h13
(atualizado às 19h48)
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Trump recua e suspende por ao menos um mês tarifas de 25% ao Canadá e México:

O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, declarou no início da noite desta segunda-feira, 3, que as tarifas de 25% impostas pelos Estados Unidos, sob ordem executiva de Donald Trump, serão adiadas por pelo menos 30 dias após ele prometer mais cooperação na fronteira.

Trump havia prometido que as tarifas impostas às importações canadenses entrariam em vigor a partir desta terça-feira, 4. Mas a decisão foi suspendida, segundo o Canadá, após uma ligação entre Trump e Trudeau nesta segunda-feira.

Em uma declaração na plataforma social X, o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau disse que em uma ligação com Trump, ele prometeu cooperação adicional na segurança da fronteira. Isso segue movimentos semelhantes do México na segunda-feira anterior.

Justin Trudeau
Justin Trudeau
Foto: REUTERS/Carlos Osorio

"As tarifas propostas serão pausadas por pelo menos 30 dias enquanto trabalhamos juntos", disse Trudeau.

Mais cedo Trump acusou o Canadá de tratar mal os Estados Unidos em suas relações comerciais. Ele cobrou de Trudeau que os bancos americanos tenham acesso ao mercado financeiro do país, o que hoje é vedado pela restrita legislação local.

Em uma conversa com jornalistas no Salão Oval da Casa Branca, Trump adotou uma posição agressiva e disse que os Estados Unidos não precisavam do Canadá para fabricar carros ou comprar madeira, dizendo mais uma vez que gostaria de ver o país se tornar o 51º Estado americano.

"Não somos bem tratados pelo Canadá. Por exemplo, os bancos não têm permissão para fazer negócios no Canadá. O Canadá é muito duro", disse Trump.

Perguntado se havia algo que o primeiro-ministro Justin Trudeau poderia oferecer para evitar as tarifas, Trump disse que não sabia. "Temos grandes déficits com o Canadá, como temos com todos os países."

Trump ainda desdenhou dos produtos canadenses importados pelos EUA. "Não precisamos deles para construir nossos carros. Eu preferiria que Detroit, a Carolina do Sul ou qualquer um de nossos estados do Tennessee construíssem os carros. Eles poderiam fazer isso com muita facilidade. Não precisamos deles para os carros. Não precisamos deles para a madeira. Não precisamos deles para nada".

O telefonema com Trudeau - bem como as conversas que ele espera ter nas próximas 24 horas com o líder chinês Xi Jinping, cujo país também é alvo de Trump - se segue a um acordo alcançado com o México que suspendeu as tarifas em troca de uma maior vigilância militar da fronteira do lado mexicano.

O acordo foi firmado dois dias depois que Trump também anunciou tarifas de 25% contra o Canadá e de 10% contra a China. O presidente disse que imporia as tarifas até que os países aliviassem o fluxo de migrantes e drogas, especialmente o fentanil, para os Estados Unidos.

Embora Trump tenha incluído uma isenção parcial para as exportações canadenses de energia e petróleo, ele reconheceu no fim de semana que suas tarifas, que abrangem países que respondem por mais de um terço dos produtos trazidos para o país, poderiam causar "alguma dor" para os consumidores.

O Canadá já havia anunciado taxas retaliatórias de 25% sobre os produtos americano. Além disso, produtos americanos começaram a ser boicotados em lojas americanas por iniciativa de alguns canadenses críticos a Trump.

A China, por sua vez, prometeu entrar com um processo contra os Estados Unidos na Organização Mundial do Comércio e tomar "contramedidas correspondentes" em resposta às tarifas que poderiam aumentar o custo dos produtos on-line.

Estadão
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