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Rússia alerta Reino Unido que irá retaliar expulsão de diplomatas por ataque a ex-espião

15 mar 2018 - 10h31
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A Rússia alertou nesta quinta-feira que retaliará em breve a expulsão de 23 diplomatas russos pelo Reino Unido em reação a um ataque com um agente nervoso contra um ex-agente duplo russo.

Ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, durante coletiva de imprensa em Moscou 14/03/2018 REUTERS/Sergei Karpukhin
Ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, durante coletiva de imprensa em Moscou 14/03/2018 REUTERS/Sergei Karpukhin
Foto: Reuters

O Reino Unido afirma que Moscou é responsável pelo envenenamento de Sergei Skripal, de 66 anos, e de sua filha Yulia, de 33, por meio do agente nervoso da era soviética conhecido como Novichok. Os dois foram encontrados inconscientes no dia 4 de março na cidade de Salisbury, no sul da Inglaterra, e permanecem hospitalizados em estado grave desde então.

A Rússia nega qualquer envolvimento, e seu ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, acusou Londres de se comportar de maneira "grosseira", acrescentando que isso se deve em parte aos problemas que o Reino Unido vem enfrentando para se desfiliar da União Europeia no ano que vem.

Lavrov disse que a reação russa virá "muito em breve", mas que será comunicada primeiramente às autoridades britânicas, uma contradição aparente com uma reportagem publicada mais cedo pela agência estatal de notícias RIA, segundo a qual Lavrov prometeu expulsar diplomatas britânicos.

Na quarta-feira a primeira-ministra britânica, Theresa May, deu aos 23 russos que disse serem espiões trabalhando sob disfarces diplomáticos uma semana para deixarem Londres, a maior expulsão de diplomatas russos da capital inglesa desde a Guerra Fria.

"Estes são todos sinais de uma provocação contra nosso país. A posição do lado britânico parece absolutamente irresponsável", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. "Insistimos que a Rússia não tem nenhuma ligação com o que aconteceu na Grã-Bretanha", disse Peskov em uma teleconferência.

Em Londres, o ministro de Relações Exteriores britânico, Boris Johnson, intensificou a retórica contra a Rússia, acusando o país de se orgulhar do ataque Skripal, que descreveu como uma maneira de assustar qualquer um que enfrentasse o presidente Vladimir Putin.

Johnson disse que os indícios de culpa russa são "gigantescos", porque só Moscou tem acesso ao veneno usado e motivo para ferir Skripal.

"Existe algo neste tipo de resposta esnobe e sarcástica que ouvimos dos russos que para mim indica sua culpa fundamental", disse ele à rede BBC.

"Eles querem simultaneamente negá-lo e se vangloriar disso".

Johnson disse que o ataque foi uma maneira de Putin mandar a qualquer um que cogite se posicionar contra ele a mensagem de que "se você fizer isso, morrerá".

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