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Quem é Stormy Daniels e o que ela diz que aconteceu com Trump?

15 abr 2024 - 17h27
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A estrela pornô Stormy Daniels é personagem central do caso que, nesta segunda-feira, tornou Donald Trump o primeiro ex-presidente dos EUA a passar por um julgamento criminal. 

Em 2023, um indiciamento com 34 denúncias acusou Trump de ter falsificado registros comerciais para acobertar pagamento de 130.000 dólares para Daniels antes da eleição de 2016, que o levou à presidência. Trump se declara inocente. 

Veja estão alguns fatos sobre Daniels e seu suposto relacionamento com Trump:

STORMY DANIELS, ESTRELA DE FILMES ADULTOS

Daniels, cujo nome verdadeiro é Stephanie Clifford, tem 45 anos e é de Baton Rouge, Louisiana. Ela é uma personalidade bem conhecida há mais de duas décadas na indústria do entretenimento adulto. Estrelou e dirigiu inúmeros vídeos. 

O QUE DANIELS DIZ SOBRE TRUMP?

Ela afirma que teve um encontro sexual com Trump em 2006, um ano após ele se casar com a esposa Melania e mais de uma década antes de se tornar presidente. Daniels recebeu os 130.000 dólares pouco antes da eleição de 2016 em troca de manter silêncio em público sobre o suposto encontro. Negando que teve qualquer relacionamento do tipo, Trump disse que o pagamento foi feito para impedi-la de fazer "acusações falsas e extorsivas". Em 2023, Daniels disse que não acha que Trump deveria ser preso se for condenado no caso. 

O QUE FOI O ENCONTRO DESCRITO POR DANIELS? 

Daniels disse que foi apresentada a Trump em julho de 2006, em um torneio de golfe de celebridades em Lake Tahoe. Ela afirma que ele a convidou para jantar e que eles comeram em sua suíte de hotel, onde ele mostrou uma revista de golfe com sua foto na capa. 

"E eu falei, tipo, 'Alguém deveria pegar essa revista e bater em você com ela'", disse Daniels ao programa 60 Minutes da emissora CBS em 2018. 

"Então, ele se virou e abaixou as calças um pouco", disse Daniels. Ele estava usando roupas de baixo, acrescentou Daniels, e "eu apenas lhe dei algumas palmadas". 

Daniels afirmou que Trump fez perguntas sobre ela e questionou se ela queria aparecer em seu programa de TV, Celebrity Apprentice. 

"Ele estava, tipo, 'Uau, você -- você é especial. Você me lembra da minha filha'. Sabe, ele estava, tipo, 'Você é esperta e bonita e uma mulher que tem que ser considerada, e eu gosto de você. Eu gosto de você'", disse Daniels. 

Daniels afirmou que pediu licença para ir ao banheiro em certo momento e, quando voltou, Trump estava "empoleirado" na beira da cama. 

"Eu percebi exatamente no que eu havia me metido. E estava tipo 'Ugh, aqui vamos nós'", disse Daniels ao 60 Minutes. "E senti que talvez… era o que eu merecia por ter tomado a decisão ruim de ir ao quarto de alguém sozinha." 

Ela afirmou que os dois fizeram sexo consensual. 

Daniels disse que Trump ligou para ela durante o ano seguinte e que eles se encontraram novamente, a pedido dele, em julho de 2007, no hotel Beverly Hills, em Los Angeles, para discutir sua possível aparição no Celebrity Apprentice.

Segundo Daniels, ele queria fazer sexo novamente no hotel, mas ela se recusou. Ela disse que Trump ligou um mês depois para lhe dizer que não havia conseguido agendar sua participação no Celebrity Apprentice. 

PAGAMENTO E ACORDO DE CONFIDENCIALIDADE

Em 28 de outubro de 2016, dias antes da eleição presidencial vencida por Trump, Daniels assinou um acordo de confidencialidade no qual prometeu não discutir publicamente sua relação com ele em troca de 130.000 dólares, de acordo com documentos arquivados em um tribunal federal de Los Angeles.

O pacto foi assinado por Keith Davidson, seu advogado na época, e Michael Cohen, advogado pessoal e "faz-tudo" de Trump. O documento incluía um espaço para a assinatura de Trump, mas ele nunca o assinou. 

Em 2018, após o Wall Street Journal noticiar o pagamento a Daniels, Cohen declarou publicamente que ele a pagou usando seu próprio dinheiro e não foi instruído por Trump a fazê-lo. Posteriormente, Cohen prestou depoimento no tribunal dizendo que Trump o havia orientado a fazer o pagamento. 

Daniels processou Trump e Cohen para tentar invalidar o acordo de confidencialidade. Os advogados de Trump, então, reconheceram que ele não havia assinado o acordo e que não tentaria aplicá-lo. Um juiz indeferiu a ação porque o assunto estava resolvido. 

PROCESSO DE DIFAMAÇÃO

Daniels apresentou um processo de difamação em 2018 contra Trump em um tribunal federal por uma publicação no Twitter em que ele a acusou de "um trabalho vigarista", após ela descrever que foi ameaçada por tornar público seu relato sobre o suposto encontro sexual. Um juiz federal de Los Angeles decidiu em 2018 que os comentários de Trump não eram difamatórios e estavam protegidos pela garantia à liberdade de expressão da Primeira Emenda da Constituição dos EUA. A decisão do juiz foi mantida na apelação. A Suprema Corte dos EUA se recusou a revisar a questão em 2021. 

Daniels disse que um homem desconhecido havia abordado tanto ela quanto sua filha pequena em 2011 em um estacionamento de Las Vegas e feito ameaças após ela concordar em dar uma entrevista à imprensa sobre seu relacionamento com Trump. 

Em 2018, Daniels divulgou um retrato falado do homem. Trump respondeu pelo Twitter, escrevendo: "Um retrato falado anos depois sobre um homem que não existe. Um total trabalho vigarista, tratando a Imprensa Fake News como tolos (mas eles sabem disso)!". 

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