Quem é quem na cúpula do Brics que começa hoje no Rio de Janeiro
Encontro acontece no Rio de Janeiro neste domingo, 6, com a presença de mais de 30 autoridades mundiais
A Cúpula de Líderes do Brics acontece no Rio de Janeiro a partir deste domingo, 6, com a presença de mais de 30 autoridades mundiais. O encontro, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, conta com a presença dos países fundadores do bloco e membros que entraram com a ampliação nos últimos anos, como Irã e Arábia Saudita.
O encontro também tem a ausência de alguns líderes, como o presidente chinês Xi Jinping - o que pode afetar resultados esperados pelo Brasil. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, também não está no País por causa do mandado de prisão emitido contra ele pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) em 2023, mas vai participar por videochamada.
Entre os líderes presentes, estão confirmados o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi e os presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, da Indonésia, Prabowo Subianto, e da Etiópia, Abiy Ahmed.
Veja quem são os representantes dos países que fazem parte do Brics que estão no Brasil e o restante dos convidados confirmados na cúpula:
Países-membros do Brics
China: Li Qiang, primeiro-ministro
Li Qiang se tornou primeiro-ministro chinês em março de 2023, substituindo Li Keqiang. O cargo é o segundo mais alto na hierarquia estatal chinesa, atrás da secretaria geral do Partido Comunista da China (PCCh), ocupado por Xi Jinping (o secretário-geral ocupa o cargo de presidente no país).
Li também é membro do Comitê Permanente do Bureau Político do 20º Comitê Central do Partido Comunista da China, como é conhecido o círculo político interno e mais poderoso da China. Ele ingressou no PCCh em 1983, ocupou diversos cargos em governos e seções do Partido nas províncias de Zhejiang e Jiangsu, até assumir como secretário do Comitê Municipal de Xangai, o cargo mais alto do Partido em uma cidade.
A participação de Li Qiang em fóruns e reuniões internacionais com outros chefes de Estado não é rara. Li foi responsável este ano por representar a China na Malásia, na primeira cúpula entre a Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), o Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) e a China. Ele também se reuniu com o primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, na ocasião.
Rússia: Vladimir Putin (videoconferência), presidente; Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores
Vladimir Putin está na presidência da Rússia desde 2012, depois de ocupar o cargo pela primeira vez entre 2000 e 2008. Putin também ocupou o cargo de primeiro-ministro na Rússia em dois períodos, entre 1999 e 2000 e 2008 e 2012.
Antes de se tornar político, o russo foi funcionário da KGB, a agência espiã soviética. Após o fim da União Soviética, Putin trabalhou no Serviço Federal de Segurança (FSB), sucessora da KGB, e ocupou o cargo de chefe da agência.
Desde 2023, Putin tem um mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI). Ele participa da cúpula do bloco por videochamada para evitar ser preso, já que o Brasil é signatário do TPI e teria obrigação de prendê-lo.
Em seu lugar, o presidente russo enviou o chanceler Sergei Lavrov, que esteve no Brasil no ano passado para a cúpula do G-20. Lavrov é diplomata desde 1972 e foi o enviado da Rússia da ONU entre 1994 e 2004.
Índia: Narendra Modi, primeiro-ministro
Narendra Modi ocupa o cargo de 14.º primeiro-ministro da Índia desde 2014. Ele é líder do partido Bharatiya Janata e foi empossado no cargo após liderar a legenda nas eleições parlamentares para a Lok Sabha (câmara baixa do Parlamento da Índia). Modi foi reeleito em 2019.
Antes disso, Modi serviu como ministro-chefe (chefe de governo) do Estado de Gujarat, no oeste da Índia. Ele ocupou o cargo entre 2001 e 2014. Nenhum outro político ocupou o cargo por tanto tempo.
África do Sul: Cyril Ramaphosa, presidente
Cyril Ramaphosa foi eleito presidente da África do Sul em 2018, após a renúncia do então presidente Jacob Zuma. Ele foi reeleito para o cargo em 2024, após vencer as eleições nacionais e provinciais.
Antes disso, Ramaphosa atuou como ativista, empresário e político sul-africano amplamente reconhecido por seu papel nas negociações da década de 1990 que puseram fim à política do apartheid.
Após as primeiras eleições democráticas na África do Sul, em 1994, tornou-se membro do Parlamento e foi eleito presidente da Assembleia Constituinte. Na função, ficou com a responsabilidade de supervisionar a elaboração da primeira Constituição democrática do país.
Irã: Abbas Araghchi, ministro das Relações Exteriores
Seyyed Abbas Araghchi ocupa o cargo de ministro das Relações Exteriores do Irã desde 2014. Antes, o diplomata ocupou o cargo de vice-ministro em 2013 na mesma pasta, durante a presidência de Hassan Rouhani.
Araghchi atua na diplomacia iraniana há mais de 30 anos, sendo embaixador do Irã na Finlândia entre 1993 e 2003 e no Japão entre 2008 e 2011. Quando o Irã começou as negociações de um acordo nuclear com a ONU, em 2010, Araghchi se posicionou como um ator crucial nas negociações.
Ele também foi membro do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC) durante a Guerra Irã-Iraque, entre 1980 e 1988.
No Brics, ele irá representar o presidente iraniano Masoud Pezeshkian.
Arábia Saudita: príncipe Faisal bin Farhan Al-Saud, ministro das Relações Exteriores
Nascido em Frankfurt, na Alemanha, em 1974, ocupa o cargo de ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita desde 2019. Ele é o terceiro membro da família Al-Saud a ocupar o cargo e o quarto durante o reinado do Rei Salman Bin Abdulaziz Al-Saud.
Antes, atuou como consultor na Embaixada da Arábia Saudita nos EUA de 2017 a 2019. O príncipe também atuou no setor privado, especialmente no mercado de armas, tendo sido diretor da Saudi Arabian Military Industries (SAMI). Foi conselheiro da Corte Real do rei Salman, além de conselheiro sênior do embaixador da Arábia Saudita nos Estados Unidos em Washington.
Egito: Mustafa Madbouly, primeiro-ministro
Mustafa Madbouly é primeiro-ministro do Egito desde 2018. Ele foi nomeado para o cargo pelo presidente Abdel Fattah el-Sisi depois de ocupá-lo de modo interino após a renúncia de Sherif Ismail, que deixou o Egito em 2017 para receber tratamento médico na Alemanha.
Antes, Madbouly presidiu a Autoridade Geral de Planejamento Urbano do Ministério da Habitação, Serviços Públicos e Desenvolvimento Urbano. Também foi diretor executivo do Instituto de Treinamento e Estudos Urbanos do Centro de Pesquisa em Habitação e Construção do Ministério da Habitação.
De 2012 a 2014, foi diretor regional para os países árabes do Programa da ONU para os Assentamentos Humanos. Em 2014, foi nomeado ministro da Habitação do primeiro-ministro Ibrahim Mahlab, cargo que continuou a ocupar após a nomeação de Sherif Ismail como premiê em 2015.
Etiópia: Abiy Ahmed, primeiro-ministro
Abiy Ahmed se tornou primeiro-ministro da Etiópia em 2018. Ele recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2019 pela atuação para acabar com a longa disputa de fronteira entre Etiópia e Eritreia.
Apesar do Nobel da Paz, Ahmed se envolveu em uma guerra civil no norte da Etiópia em 2020, o que levou a uma perda do prestígio internacional que havia ganhado anos antes. O conflito, ocorrido na região do Tigre, deixou milhares de mortos, desalojou mais de dois milhões de pessoas, aumentou a fome e deu origem a uma onda de violência.
Antes de se tornar premiê, Ahmed ocupou o cargo de ministro da Ciência e Tecnologia da Etiópia entre 2015 e 2016.
Indonésia: Prabowo Subianto, presidente
Prabowo Subianto é um ex-general poderoso na Indonésia, com laços tanto com o presidente anterior, o popular Joko Widodo, quanto com o passado ditatorial do país.
Nas eleições de 2024, Subianto se apresentou como herdeiro de Widodo, o primeiro presidente indonésio a emergir de fora da elite política e militar. Então ministro da Defesa, ele prometeu dar continuidade à agenda de modernização que impulsionou o rápido crescimento e elevou a Indonésia ao nível dos países de renda média.
O presidente nasceu em 1951 em uma das famílias mais poderosas da Indonésia, sendo o terceiro de quatro filhos. Seu pai, Sumitro Djojohadikusumo, foi um político influente e ministro dos presidentes Sukarno e Suharto, considerados ditadores.
Emirados Árabes Unidos: Khalid bin Mohamed bin Zayed, príncipe herdeiro de Abu Dhabi
Nascido em 1982, Khalid Bin Mohammed foi nomeado príncipe herdeiro de Abu Dhabi pelo pai, o presidente dos Emirados Árabes Unidos, Sheikh Mohammed bin Zayed Al-Nahyan (MBZ), em março de 2023.
O príncipe se formou na Academia Militar Real de Sandhurst, no Reino Unido. Durante seu tempo em Sandhurst, adquiriu treinamento em habilidades militares e estratégicas.
Ele é neto do Sheikh Zayed bin Sultan Al Nahyan, fundador e primeiro presidente dos Emirados Árabes Unidos.
Outros convidados
- Belarus: Maxim Ryzhenkov, ministro das Relações Exteriores
- Bolívia: Luis Arce, presidente
- Cuba: Miguel Díaz-Canel, presidente
- Cazaquistão: Murat Nurtleu, ministro das Relações Exteriores
- Malásia*: Anwar bin Ibrahim, primeiro-ministro (também representa a Associação de Nações do Sudeste Asiático)
- Nigéria: Bola Tinubu, presidente
- Tailândia: Jiraporn Sindhuprai, vice-ministra
- Uganda: Jessica Epel Alupo, vice-presidente
- Uzbequistão: Sodiq Safoev, primeiro vice-presidente
- Vietnã: Pham Minh Chinh, primeiro-ministro
- Chile: Gabriel Boric, presidente
- Colômbia*: Guillermo Rivera, embaixador da Colômbia no Brasil (também representa a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos)
- Quênia: Amason Kingi, presidente do Senado
- México: Juan Ramón de la Fuente, ministro das Relações Exteriores
- Palestina: Ibrahim Alzeben, embaixador da Palestina no Brasil
- Turquia: Hakan Fidan, ministro das Relações Exteriores
- Uruguai: Yamandú Orsi, presidente
- Angola*: João Manuel Gonçalves Lourenço, presidente (também representa a União Africana)
- Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIIB): Jin Liqun, presidente
- Banco de Desenvolvimento de América Latina e Caribe (CAF): Sergio Díaz-Granados, presidente
- Novo Banco de Desenvolvimento: Dilma Rousseff, presidente
- Organização das Nações Unidas (ONU): António Guterres, secretário-geral
- Organização Mundial da Saúde: Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral
