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Preocupação americana com Bolsonaro trava compra de mísseis dos EUA

Pedido de militares brasileiros para comprar 220 mísseis Javelin está parado após crescente temor de senadores e deputados democratas com a retórica do presidente brasileiro

8 ago 2022 - 11h16
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Presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia no Palácio do Planalto
15/01/2019 
REUTERS/Ueslei Marcelino
Presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia no Palácio do Planalto 15/01/2019 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

Um pedido das Forças Armadas do Brasil para comprar mísseis antitanque Javelin no valor de até US$ 100 milhões está parado nos Estados Unidos há meses devido às preocupações dos legisladores americanos com os ataques do presidente Jair Bolsonaro ao sistema eleitoral do País, disseram fontes à agência Reuters.

O pedido brasileiro de comprar 220 mísseis Javelin foi feito enquanto o ex-presidente Donald Trump, um aliado de Bolsonaro, estava na Casa Branca. O Departamento de Estado dos EUA aprovou a proposta no fim de 2021, apesar das objeções de algumas autoridades americanas de baixo escalão, disseram à agência duas pessoas próximas ao assunto.

Segundo a Reuters, o acordo confidencial está estagnado em um limbo jurídico em razão das preocupações crescentes entre senadores e deputados democratas com os questionamentos que Bolsonaro tem feito sobre a integridade das próximas eleições no Brasil, que ocorrem em outubro.

Os mísseis fabricados pelos EUA ganharam notoriedade em razão do uso pelas forças ucranianas contra blindados russos desde a invasão da Ucrânia, em fevereiro. "O pedido de compra do Brasil foi adiado, em um recado dos democratas a Bolsonaro e aos militares brasileiros", diz a Reuters.

O governo de Joe Biden tem ficado cada vez mais em alerta com os comentários de Bolsonaro sobre as eleições. O secretário de Defesa americano, Lloyd Austin, pediu "respeito à democracia do Brasil" em uma reunião de ministros regionais de defesa em julho.

Impactos

    Antes disso, em visita ao Brasil no ano passado, o diretor da CIA, William Burns, disse aos assessores de Bolsonaro que deveriam "parar de minar a confiança no processo eleitoral do País".

    Estadão
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