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Papa expulsa sacerdotes chilenos acusados de pedofilia

José Francisco Cox Huneeus e Marco Antonio Órdenes Fernández foram acusados de abusos sexuais contra menores

13 out 2018 - 13h41
(atualizado às 13h53)
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O papa Francisco expulsou do sacerdócio neste sábado (13/10) os ex-bispos chilenos José Francisco Cox Huneeus, de 85 anos, da cidade de La Serena, e Marco Antonio Órdenes Fernández, de 54 anos, de Iquique, ambos acusados de abusos sexuais.

O Vaticano informou que o pontífice "renunciou do estado clerical" Cox e Órdenes, medida que os expulsa do sacerdócio, depois de terem sido submetidos a uma investigação da Congregação para a Doutrina da Fé. Não cabe recurso.

Essas duas expulsões se somam às dos sacerdotes chilenos Fernando Karadima Fariña e Cristián Prech, confirmadas nas últimas semanas.

Papa Francisco durante audiência com presidente do Chile, Sebastián Piñera
Papa Francisco durante audiência com presidente do Chile, Sebastián Piñera
Foto: DW / Deutsche Welle

"A decisão foi tomada pelo papa Francisco em 11 de outubro e não admite recurso", comunicou o Vaticano, que comunicou a medida aos dois bispos eméritos.

Cox está aposentado desde 2002, vive na cidade alemã de Vallendar e tinha sido acusado de abusos sexuais contra menores de idade no Chile. Recentemente, foi divulgado um novo caso na Alemanha.

Em 2002, foi transferido a um mosteiro na Alemanha para viver uma vida de "silêncio, oração e penitência" quando começaram a circular as primeiras acusações.

No caso de Órdenes, o papa Bento 16 já tinha aceitado em 2012 a renúncia do bispo de Iquique, que a apresentou após ter sido acusado de abusos sexuais contra um menino.

No começo do ano, a Justiça chilena arquivou o caso sobre a acusação de estupro contra um menor, o que não parece ter sido levado em conta pela Doutrina da Fé na sentença. De acordo com o porta-voz do Vaticano, Greg Burke, a medida dá sequência à "linha dura do papa Francisco em relação aos abusos".

Vários membros da Igreja Católica do Chile envolvidos em casos de abuso, incluindo alguns bispos, levaram o clero chileno à pior crise da sua história.

Em maio, todos os 34 bispos chilenos apresentaram a sua renúncia depois de três encontros com o papa Francisco, no Vaticano, na sequência de uma série de erros e omissões na gestão de casos de abuso sexual.

De acordo com um relatório publicado no final de agosto, existem no Chile 119 investigações em curso contra 167 pessoas relacionadas com a Igreja e 178 vítimas identificadas, 79 das quais eram menores quando os casos ocorreram.

A crise no clero chileno e a "dolorosa ferida do abuso de menores" também foi tema durante encontro com o presidente do Chile, Sebastián Piñera, que o papa recebeu para uma audiência neste sábado.

Nos EUA, a Igreja Católica também vem lutando contra um grande escândalo de abusos. Na sexta-feira foi anunciado que o papa Francisco aceitou a renúncia do arcebispo de Washington. O cardeal Donald Wuerl estava sob pressão há semanas porque estaria envolvido no encobrimento de casos de abuso no clero durante seu tempo em que foi bispo de Pittsburgh, na Pensilvânia.

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