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Oriente Médio

Libertação de Mossul será a maior crise humanitária de 2016, diz ONU

15 jul 2016 - 15h05
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A campanha para libertar a cidade iraquiana de Mossul do controle dos jihadistas do Estado Islâmico (EI) criará "a maior e mais delicada crise humanitária de todo o mundo em 2016", advertiu nesta sexta-feira Organização das Nações Unidas (ONU).

"O esforço humanitário poderia custar até US$ 1 bilhão", disse o representante especial da ONU para o Iraque, Jan Kubis, em um comparecimento perante o Conselho de Segurança.

O governo federal já avisou que se está preparando para acolher de 250 mil a 1 milhão de moradores de Mossul que acredita que fugirão durante a operação militar para expulsar os jihadistas. Está previsto que a campanha seja realizada pelas Forças Armadas do país junto a uma coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos.

Mossul, capital da província de Ninawa, distante 450 quilômetros de Bagdá, foi tomada pelo EI em junho de 2014 e desde então é seu principal reduto no Iraque. Kubis destacou hoje que o Executivo iraquiano está cooperando com a ONU nos preparativos das operações humanitárias e no planejamento "do dia seguinte" a libertação.

O representante especial pediu para a comunidade internacional apresentar fundos para responder à situação que vai surgir em Mossul, que segundo os serviços humanitários da ONU. Até agora, só 38% dos US$ 861 milhões solicitados foram recebidos pelas Nações Unidas para trabalhos humanitárias no Iraque neste ano.

"Precisamos de mais financiamento urgentemente, não só para a atual resposta de emergência, mas também para as necessidades que se esperam pela campanha de libertação de Mossul, onde o esforço humanitário poderia custar até US$ 1 bilhão", ressaltou Kubis.

Conforme disse, a falta de recursos já está sendo notada e está pondo em "risco" as perspectivas de estabilidade e reconciliação após a derrota do EI. Além disso, a ONU está ampliando seu trabalho com essa finalidade em áreas onde os jihadistas foram expulsos, como Faluja. A recente derrota do EI nessa cidade e outros avanços militares demonstram, segundo Kubis, que os "iraquianos são capazes de derrotar o EI".

Ao mesmo tempo, e apesar louvar os esforços do governo iraquiano para receber os civis dessa cidade, o representante da ONU disse que há informações críveis sobre violações dos direitos humanos por parte das forças de segurança e de milícias que participaram da campanha de Faluja. Kubis pediu às autoridades que punam os culpados e a que tomem medidas para atender às acusações, por exemplo, sobre o desaparecimento de centenas de homens.

EFE   
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