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Oriente Médio

Destruição de arsenal químico da Síria começará em dias

16 set 2013 - 14h13
(atualizado às 16h00)
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O início do programa de destruição do arsenal de armas químicas na Síria deve acontecer em "uma questão de dias", indicou nesta segunda-feira a Organização para a Proibição de Armas Químicas (OIAC). "A Síria aderiu à Convenção (sobre as armas químicas) em circunstâncias excepcionais. Portanto, o início do programa em vista de eliminar as armas químicas na Síria deve acontecer em uma questão de dias", assegurou a OIAC em um comunicado.

Especialistas da OIAC já estão trabalhando e preparam um programa no qual são incluídos diferentes objetivos visando a verificar as reservas declaradas da Síria", acrescentou a fonte, segundo a qual o Conselho Executivo da OUAC deve reunir-se em breve para discutir o assunto sírio.

Operação vai demorar, dizem especialistas russos

Especialistas russos, no entanto, alertaram que o processo deve durar muito mais do que o prazo acertado  em Genebra por Rússia e Estados Unidos. "Acho que levará uns dois anos. Em um ano não se conseguirá. Este é um prazo curto demais", disse Aleksandr Gorbovski, professor e especialista em armas químicas.

O especialista estimou em "mil toneladas de substâncias tóxicas" as reservas sírias, o que incluiria sarin, gás mostarda e VX, o mais mortífero de todos esses agentes químicos. "Antes de destruí-las, é preciso comprovar equipamentos e submetê-los a exames a tecnologia (...) e instruir quem trabalhará nessa operação. Só para fabricar e testar os equipamentos em território neutro são necessários, como mostra a experiência russa, uns três meses", disse.

Gorbovski, que integrou durante 15 anos a delegação russa para a Organização Internacional para a Proibição das Armas Químicas, alertou a comunidade internacional a não se precipitar no processo de destruição do arsenal químico sírio. "Não se pode esquecer que estamos lidando com armas muito sérias e maléficas", disse. O especialista citou como exemplo a Líbia, que já está há bastante tempo destruindo suas armas químicas e ainda tem prazo de um ano para completar o trabalho, efetuado com equipes italianas e assessoria americana.

ONU confirma uso de armas químicas como gás sarin na Síria:
Na mesma linha, Zinovi Pak, antigo diretor-geral da Agência Russa de Munição, afirmou que será muito difícil que a comunidade internacional liberte o país árabe de armas químicas para meados do próximo ano. "Seria fantástico (...), mas temo muito que se alguém quer conseguí-lo enfrentará muitos problemas. Esse objetivo será dificilmente realizável, a não ser que faça como os alemães, que afundaram seus arsenais químicos no Mar Báltico", disse Pak. Em sua opinião, para começar, as Forças Armadas sírias devem ceder o controle sobre essas armas químicas a uma estrutura governamental civil, enquanto o exército se limitaria a garantir sua segurança.

ONU: relatório aponta uso de armas químicas

Hoje, a ONU divulgou o relatório em que confirma o uso de armas química, especialmente o gás sarin, no dia 21 de agosto, nos arredores de Damasco. Em carta direcionada ao Conselho de Segurança da ONU, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, confirmou a informação "inequivocamente e objetivamente". Ban afirmou que o uso de armas químicas na Síria constitui um crime de guerra e exigiu uma resolução que apoie o desmantelamento desse arsenal.

"Isso é um crime de guerra e uma grave violação do Protocolo 1925 e outros e regras da lei internacional. Eu confio que todos possam se juntar a mim na condenação desse crime desprezível", disse Ban ao Conselho de Segurança, segundo a íntegra do documento divulgado pela ONU. "As amostras ambientais e biomédicas demonstram a vasta natureza dos ataques. Oitenta e cinco por cento das amostras de sangue testaram positivo para sarin", acrescentou.

Guerra na Síria para iniciantes
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Confira os efeitos do gás sarin no corpo humano
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