Destruição de arsenal químico da Síria começará em dias
O início do programa de destruição do arsenal de armas químicas na Síria deve acontecer em "uma questão de dias", indicou nesta segunda-feira a Organização para a Proibição de Armas Químicas (OIAC). "A Síria aderiu à Convenção (sobre as armas químicas) em circunstâncias excepcionais. Portanto, o início do programa em vista de eliminar as armas químicas na Síria deve acontecer em uma questão de dias", assegurou a OIAC em um comunicado.
Especialistas da OIAC já estão trabalhando e preparam um programa no qual são incluídos diferentes objetivos visando a verificar as reservas declaradas da Síria", acrescentou a fonte, segundo a qual o Conselho Executivo da OUAC deve reunir-se em breve para discutir o assunto sírio.
Operação vai demorar, dizem especialistas russos
Especialistas russos, no entanto, alertaram que o processo deve durar muito mais do que o prazo acertado em Genebra por Rússia e Estados Unidos. "Acho que levará uns dois anos. Em um ano não se conseguirá. Este é um prazo curto demais", disse Aleksandr Gorbovski, professor e especialista em armas químicas.
Gorbovski, que integrou durante 15 anos a delegação russa para a Organização Internacional para a Proibição das Armas Químicas, alertou a comunidade internacional a não se precipitar no processo de destruição do arsenal químico sírio. "Não se pode esquecer que estamos lidando com armas muito sérias e maléficas", disse. O especialista citou como exemplo a Líbia, que já está há bastante tempo destruindo suas armas químicas e ainda tem prazo de um ano para completar o trabalho, efetuado com equipes italianas e assessoria americana.
ONU: relatório aponta uso de armas químicas
Hoje, a ONU divulgou o relatório em que confirma o uso de armas química, especialmente o gás sarin, no dia 21 de agosto, nos arredores de Damasco. Em carta direcionada ao Conselho de Segurança da ONU, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, confirmou a informação "inequivocamente e objetivamente". Ban afirmou que o uso de armas químicas na Síria constitui um crime de guerra e exigiu uma resolução que apoie o desmantelamento desse arsenal.
"Isso é um crime de guerra e uma grave violação do Protocolo 1925 e outros e regras da lei internacional. Eu confio que todos possam se juntar a mim na condenação desse crime desprezível", disse Ban ao Conselho de Segurança, segundo a íntegra do documento divulgado pela ONU. "As amostras ambientais e biomédicas demonstram a vasta natureza dos ataques. Oitenta e cinco por cento das amostras de sangue testaram positivo para sarin", acrescentou.
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