Crise árabe coloca Washington em posição difícil, diz analista
28 jan2011 - 11h46
(atualizado às 20h10)
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Eduardo Graça
Direto de Nova York
Professor de Jornalismo da Universidade de Nova York (NYU), Mohamed Bazzi foi chefe do escritório do Newsday no Oriente Médio entre 2003 e 2007. Ele viveu em Beirute durante esses quatro anos e comandou a equipe responsável pela cobertura da invasão do Iraque pelo governo americano durante o governo Bush para o maior jornal de Long Insland, o mais importante do subúrbio de Nova York. Um dos principais especialista em Líbano do Council of Foreign Relations (CFR), Bazzi cobriu a intifada palestina em 2000, a invasão do Afestanistão em 2001 e a guerra entre Israel e o Hezbollah em 2006.
Bazzi escreve para a revista do New Yokr Times, a The Nation e a Newsweek, entre outras publicações. Em entrevista coletiva na sede do CFR, Bazzi diz que os acontecimentos desta semana no Líbano, com a emergência de Najib Mikati, um político sunita apoiado pelo grupo xiita Hezbollah, na Tunísia, com os desdobramento da Revolução de Jasmin, e no Egito, com as manifestações gigantescas nas ruas das grandes cidades do país, podem modificar a política norte-americana para a região e alterar a geopolítica do planeta.
Como o senhor vê a atuação do governo Obama no momento em que as tensões no Oriente Médio aumentam de escala, não apenas no Líbano, mas também na Tunísia e no Egito? É muito difícil, neste momento, prever o que vai acontecer no Egito. Estou acompanhando atentamente os protestos nas ruas das grandes cidades do país e amanhã veremos qual será o efeito do retorno do principal nome da oposição, Mohamed ElBaradei, vencedor do Prêmio Nobel e que tenta unificar os grupos descontentes com o governo Mubarak em torno de seu nome.
Washington está em uma posição muito difícil. O governo Obama tenta exercer uma política coerente, mas Mubarak é um dos maiores aliados dos EUA no mundo árabe. Ele é o maior símbolo da decisão de se priorizar a estabilidade e não a democracia, na região, pelos americanos.
O discurso de Barack Obama no Cairo, logo depois de ser eleito, foi muito bem-recebido no mundo árabe... Foi um discurso eloqüente e houve sim um grande entusiasmo popular. Mas rapidamente a velha questão filosófica de Washington, estabilidade versus democracia, engessou sua política externa. O que esta semana talvez revele de mais interessante do ponto de vista de Washington é justamente o fato de que estes regimes totalitários não são mais estáveis. Não tenho dúvida de que há um enorme debate no governo sobre de que lado da História a administração Obama quer ficar. É um momento delicado e dificílimo de se prever para onde a balança de Washington vai pender depois da semana que passou.
O senhor crê que o presidente Mubarak ainda consegue se sustentar no governo ou há a possibilidade de se repetir o que vimos em Túnis há duas semanas? Mubarak ainda conta com o apoio da elite e das Forças Armadas, mais um motivo para Washington se manter cauteloso. Na Tunísia, as forças armadas abandonaram o governo Ali.
Qual o papel dos grupos islâmicos radicais nos eventos que vimos tanto no Líbano quanto no Egito e na Tunísia este mês? Na Tunísia, os grupos religiosos radicais foram dizimados, não tiveram grande importância na Revolução de Jasmin. No Egito é interessantíssimo notar a participação majoritária de jovens, profissionais liberais, trabalhadores e movimentos seculares. Os mega-protestos de amanhã (hoje) nos dirão a força da Irmandade Islâmica, o principal grupo religioso islâmico de oposição no Egito. No Líbano, precisamos levar em conta que o Hezbollah é um grupo bem diverso da Irmandade. O país também é bem mais diverso, e, neste sentido, não seria honesto incluir as três nações em um mesmo saco.
Quando o primeiro-ministro libanês Rafik Hariri foi assassinado, houve um consenso de que os responsáveis eram agentes do governo sírio. Esta percepção foi, inclusive, uma das forças de pressão necessárias para a retirada do exército sírio do Líbano. Quando é que a suspeita se moveu de Damasco para o Hezbollah? Esta é uma pergunta que muitos libaneses se fazem. Ainda teremos de esperar pelas próximas seis semanas, quando os primeiros relatórios oficiais da investigação deverão ser divulgados. O que se fala em Beirute é que políticos sírios e libaneses serão acusados por crime de conspiração e terrorismo, talvez atingindo até mesmo o governo iraniano.
Um dos primeiros atos de Saad Hariri, filho de Rafik, quando assumiu o governo em junho de 2009, foi o de estabelecer boas relações com Damasco... Exato, foi uma espécie de condição para manter um governo de união nacional com maioria no Parlamento, que durou 14 meses. No verão do ano passado ele foi a Damasco e, para o choque de muitos libaneses, de certa forma absolveu o regime sírio da responsabilidade para a morte de seu pai. Logo as suspeitas recaíram sobre o Hezbollah, que, no entanto, acusa as testemunhas que apontam o dedo para eles, de serem instrumentos de um complô para atingirem seu grupo político.
Em que medida a tensão entre xiitas e sunitas é responsável pelos protestos nas ruas de Beirute esta semana? Em 1943 quando o Líbano se tornou completamente independente da França as lideranças nacionais estabeleceram um pacto dividindo os principais cargos políticos entre os grupos religiosos do país, incluindo os cristãos. Tradicionalmente, o primeiro-ministro é um muçulmano sunita. Mas boa parte da comunidade vê o sunita Mikati como mais próximo da Síria e do Hezbollah do que dos próprios libaneses sunitas. Se a tensão entre sunitas e xiitas continuar, a tendência é o conflito ganhar escalas regionais. A Arábia Saudita se vê como protetora da comunidade sunita no Líbano e o Irã é o principal financiador dos xiitas agrupados no Hezbollah.
O senhor diria que Mikati é um político anti-americano? Não, esta seria uma simplificação perigosa. Ele sabe que precisa trabalhar com Washington. Mikati não é apenas o candidato do Hezbollah, ele representa vários outros fatores. Ele ainda está formando o governo e está se movimentando na direção de um governo de união nacional, conversando com independentes e até mesmo algumas personalidades que circulam em torno da família Hariri.
Qual o papel da Arábia Saudita e da Síria no novo cenário no Líbano? Desde o verão, Riad e Damasco estavam trabalhando em torno de um acordo que manteria Hariri como primeiro-ministro, desde que ele cortasse todos os laços do governo libanês com o tribunal internacional. O Hezbollah diz que houve um comprometimento neste sentido de Hariri, que, no entanto, no último minuto, abandonou a ideia, gerando a crise de confiança da semana passada e a decisão do partido xiita de deixar o governo de união. Hariri diz que os sírios, por sua vez, não cumpriram a promessa de desarmar grupos palestinos exilados no Líbano e que o Hezbollah se recusou a desarmar sua milícia em bairros de Beirute. Mas houve, esta semana, um silêncio estranho vindo de Riad, o que gerou suspeitas de que a Arábia Saudita tenha dado sua bênção ao governo Mikati.
O senhor diria que o cenário no Líbano lembra os momentos que antecederam a guerra civil dos anos 1970? Há muita especulação neste sentido. Acho que estivemos perto disso em 2008, quando o Hezbollah tomou Beirute Ocidental. Mas a situação hoje é a de que o Hezbollah é tão poderoso, é tão mais forte do que as demais facções, em armamentos e apoio político, que criou um desequilíbrio de forças bem diverso da queda de braço da segunda metade dos anos 1970. Daí o apoio dos drusos, que representam 5% da população, e que foram cruciais para a queda de Hariri. Seus principais líderes perceberam que Hariri não tinha forças para lutar contra o Hezbollah e decidiram se unir aos mais fortes.
Manifestante joga bomba de gás lacrimogêneo durante confronto com policiais em Regueb
Foto: AFP
Manifestantes atiraram pedras contra as forças de seguranças tunisianas
Foto: AP
Estudante passa mal após entrar em confronto com forças de segurança em Regueb
Foto: AFP
A revolta popular na Tunísia contra o alto custo de vida deixou neste fim de semana entre 14 e 20 mortos
Foto: AP
Unidades antimotins tentaram dispersar a manifestação de estudantes
Foto: AFP
Distúrbios e protestos ocorrem contra a carestia da vida e o desemprego desde meados de dezembro
Foto: AP
Militares montam guarda em frente ao palácio do governo no bairro Cite Ettadhamen em Túnis, na Tunísia
Foto: AFP
Manifestantes entram em confronto com a polícia em região próxima a capital, Túnis
Foto: Reuters
Tanque blindado patrulha a praça principal de Sidi Bouzid, perto da capital Túnis
Foto: Reuters
quipes de resgate evacuam feridos durante os violentos distúrbios em Túnis
Foto: AP
27 de dezembro de 2010 - Manifestantes entram em confronto com membros das forças de segurança de Túnis
Foto: AFP
27 de dezembro de 2010 - Pessoas, uma deles segurando um pão, protestam em Túnis para mostrar sua solidariedade com os habitantes de Sidi Bouzid, que realizaram manifestações contra o desemprego e as más condições de vida
Foto: AFP
09 de janeiro - Pneu é queimado nas ruas de Regueb, cidade perto de Sidi Bouzid, durante confronto de manifestantes com as forças de segurança
Foto: AFP
09 de janeiro - Fumaça é vista nas ruas de Regueb, cidade perto de Sidi Bouzid, durante confronto de manifestantes com as forças de segurança
Foto: AFP
10 de janeiro - Membro das forças de segurança da Tunísia mira na direção de um manifestante tunisiano que se prepara para atirar uma pedra em direção a eles durante os confrontos entre manifestantes e forças de segurança em em Regueb, cidade perto de Sidi Bouzid
Foto: AFP
10 de janeiro - Manifestante tunisiano se prepara para lançar gás lacrimogêneo durante confrontos com as forças de segurança em Regueb, cidade perto de Sidi Bouzid
Foto: AFP
12 de janeiro - Militares montam guarda em frente ao palácio do governo no bairro Cite Ettadhamen em Túnis, onde manifestantes queimaram veículos e atacaram escritórios do governo na noite anterior
Foto: AFP
13 de janeiro - Tunisianos se reúnem na frente de um shopping que foi incendiado no bairro de Cite Ettadhamen em Túnis, onde manifestantes queimaram veículos e atacaram escritórios do governo na noite anterior
Foto: AFP
13 de janeiro - Policiais militares montam guarda no centro de Túnis após tentativa de protesto que aconteceu no início do dia
Foto: AFP
14 de janeiro - Manifestante protestam em frente ao ministério do Interior na avenida Habib Bourguiba, em Túnis, após o discurso do presidente tunisiano Zine El Abidine Ben Ali à nação
Foto: AFP
14 de janeiro - Fumaça é vista depois de confrontos entre forças de segurança e manifestantes em Túnis, após o discurso do presidente tunisiano Zine El Abidine Ben Ali à nação
Foto: AFP
14 de janeiro - Manifestantes confrontam-se com a polícia na avenida Mohamed V em Túnis
Foto: AFP
14 de janeiro - Manifestantes jogam pedras durante confrontos com forças de segurança na avenida Mohamed V em Túnis
Foto: AFP
14 de janeiro - Manifestantes jogam pedras durante confrontos com forças de segurança na avenida Mohamed V em Túnis
Foto: AFP
14 de janeiro - Soldados enfrentam manifestantes em tanque blindado na avenida Mohamed V em Túnis
Foto: AFP
15 de janeiro - Centenas de soldados e tanques de guerra patrulharam as ruas de Túnis, capital da Tunísia, após os violentos protestos no país
Foto: Zohra Bensemra / Reuters
15 de janeiro - Tunisianos que moram na França saíram para protestar contra o presidente do país africano, Zine al-Abidine Ben Ali
Foto: Robert Pratta / Reuters
Fumaça era vista em mercado francês e tunisiano na cidade de La Gazella
Foto: AFP
Transeunte na Tunísia observa carro que acabou queimado após onda de protestos na cidade de La Gazella
Foto: AP
Funcionários limpam estação de trem prejudicada durante manifestação que ocorreu noite a dentro na Tunísia
Foto: AFP
Imigrantes da Tunísia protestam na Bélgica contra o presidente Zine Abidine El Ben Ali
Foto: AP
Mulher segura cartaz de Zine Abidine El Ben Ali com a escrita de "procurado", em manifestação ocorrida na França
Foto: AP
Após protestos, soldados garantem a segurança do prédio onde fica o parlamento da Tunísia
Foto: AP
Presidente interino da Tunísia, Fued Mebaza, tomou o cargo após o líder do país Zine El Abidine Ben Ali fugir
Foto: AP
17 de janeiro - Policial corre atrás de manifestante que protestava, no centro de Túnis
Foto: Reuters
17 de janeiro - Homem protesta enquanto militares soltam gás lacrimogêneo para dispersar a manifestação, em Túnis
Foto: Reuters
17 de janeiro - Homem grita enquanto soldado tenta remover manifestantes, na capital Túnis
Foto: AP
17 de janeiro - Soldados tentam dispersar manifestação, no centro de Túnis
Foto: AFP
17 de janeiro - Manifestantes protestam contra o ex-presidente Zine El Abidine Ben Ali, em Túnis
Foto: AP
17 de janeiro - Em Marselha, na França, homem grita em protesto contra o presidente tunísio, Ben Ali, em frente ao consulado da Tunísia
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17 de janeiro - Mulher tenta beijar soldado durante protesto contra o ex-presidente Ben Ali, nas ruas da capital do país
Foto: AP
17 de janeiro - Manifestante enfrenta policiais nas ruas de Túnis
Foto: AFP
17 de janeiro - Em visita aos Emirados Árabes Unidos, o Secretário-Geral das Nações Unidas pediu o restabelecimento da ordem na Tunísia
Foto: AP
17 de janeiro - O premiê Mohamed Ghannouchi anuncia novo governo de união nacional durante entrevista coletiva em Túnis
Foto: Reuters
17 de janeiro - Polícia tenta conter manifestantes em Túnis: mesmo após a renúncia de Ben Ali, protestos contra o ex-presidente persistem na capital
Foto: Reuters
17 de janeiro - Leila Ben Ali, mulher do presidente deposto da Tunísia, é suspeita de ter retirado uma reserva 1,5 tonelada de ouro do país e levado consigo na partida em direção aos Emirados Árabes Unidos. A foto acima é de outubro de 2008
Foto: AP
17 de janeiro - Retratos dos ex-presidentes Ben Ali e Habib Bourguiba são encontrados em edifício oficial da capital Túnis, no mesmo dia do anúncio do governo de "união nacional"
Foto: EFE
18 de janeiro - Tunisianos protestam na Avenida Roma, em Túnis. A polícia usou gás lacrimogêneo e entrou em confronto com os manifestantes, que protestavam contra o novo governo do país
Foto: AFP
18 de janeiro - Policiais dispersam manifestantes que protestavam contra novo governo na avenida Roma, em Túnis
Foto: AFP
18 de janeiro - Policial cobre o rosto após terem lançado gás lacrimogêneo contra manifestantes que protestavam contra o novo governo em Túnis
Foto: AFP
18 de janeiro - Tunisianos protestam na avenida Roma, em Túnis, contra o novo governo do país
Foto: AFP
19 de janeiro - Manifestantes são empurrados para trás por policiais durante uma manifestação na cidade de Túnis
Foto: Reuters
19 de janeiro - Protesto compara o governo do presidente Zine al-Abidine Ben Ali com o nazismo; família de Ben Ali também virou alvo
Foto: Reuters
20 de janeiro - Soldado empurra manifestante em frente à sede do partido de Ben Ali, a Agrupação Democrática Constituicional (RDC)
Foto: Reuters
20 de janeiro - Soldado empunha arma com flor, durante manifestação na capital Túnis
Foto: Reuters
20 de janeiro - Manifestantes tunisianos entregam flores aos militares durante protesto contra o governo de Ben Ali
Foto: AP
20 de janeiro - Enrolada na bandeira da Tunísia, mulher protesta em frente à sede do partido do presidente deposto, Bel Ali
Foto: Reuters
24 de janeiro - Depois de desafiar o toque de recolher, manifestantes entraram em confronto com a tropa de choque na região central de Túnis
Foto: AFP
25 de janeiro - Moradores de Sidi Bouzid and Kasserine, na região central da Tunísia, fazem protesto em frente ao palácio governamental de Túnis
Foto: AFP
25 de janeiro - Soldados fazem guarda em frente ao escritório do premiê Mohammed Ghannouchi
Foto: AFP
25 de janeiro - Carcereiros e parentes de prisioneiros islamitas protestam dentro do Ministério da Justiça, em Túnis
Foto: AFP
25 de janeiro - Soldado tunisiano fala com manifestante enrolado na bandeira nacional durante protesto na frente do palácio do governo
Foto: AFP
25 de janeiro - Moradores da região de Sidi Bouzid and Kasserine, fazem protesto em frente ao escritório do premiê Ghannouchi
Foto: AFP
25 de janeiro - Moradores de Sidi Bouzid and Kasserine, na região central da Tunísia, incendeiam imagem do presidente deposto Ben Ali
Foto: AFP
26 de janeiro - Moradores da região de Sidi Bouzid, no centro da Tunísia, entram em confronto com as forças de segurança em frente ao gabinete do primeiro-ministro Mohammed Ghannouchi em Túnis
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26 de janeiro - Morador de Túnis atira uma pedra enquanto um policial lança gás lacrimogêneo em manifestantes na frente do gabinete do primeiro-ministro Mohammed Ghannouchi em Túnis
Foto: AFP
26 de janeiro - Manifestante ferido é evacuado após confrontos com a polícia durante protesto na frente do escritório do primeiro-ministro em Tunis
Foto: AFP
26 de janeiro - Moradores da região de Sidi Bouzid, em Túnis, atacam um oficial em um carro da polícia, durante as manifestações o governo interino
Foto: AFP
5 de maio - Policial com roupas discretas desfere chute contra manifestante durante repressão a protesto em Tunis, onde centenas de manifestantes cobraram do governo da Tunísia as reivindicações feitas durante a revolução que derrubou, no início do ano, o ex-presidente Ben Ali, após mais de 23 anos de poder
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5 de maio - Agente sem uniforme policial chuta manifestante que já está caído, durante manifstação para cobrar exigências da revolução, em Tunis
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5 de maio - Policial enfrenta manifestante que tenta dialogar, em rua de Tunis
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5 de maio - Policial reprime protesto e bate em manifestantes caidos em calçada, na capital Tunis
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5 de maio - Manifestante é arrastado por policial após ser preso em protesto que cobrou cumprimento das reivindicações da revolução e questionou boato sobre suposta preparação de golpe militar para julho
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5 de maio - Manifestantes carregam jovem ferida durante repressão das forças de segurança da Tunísia a protesto, na região central de Tunis