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Oriente Médio

Arábia Saudita propõe cessar-fogo de cinco dias no Iêmen

7 mai 2015 - 13h12
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A Arábia Saudita, que lidera uma campanha aérea contra os rebeldes xiitas no Iêmen, propôs nesta quinta-feira um cessar-fogo de cinco dias no país, com o objetivo de permitir a chegada de ajuda humanitária para a população, duramente afetada pela guerra.

Os bombardeios sauditas, que provocaram uma parte importante das mortes devido ao conflito armado no Iêmen, não conseguiram deter o avanço dos rebeldes xiitas huthis.

"O reino pensa que pode acontecer um cessar-fogo de cinco dias no Iêmen para coordenar, com as organizações internacionais, a distribuição de ajuda humanitária", declarou o ministro das Relações Exteriores saudita, Abdel al-Jubeir, durante uma entrevista coletiva em Riad ao lado do secretário de Estado americano, John Kerry.

Jubeir ressaltou, no entanto, que o cessar-fogo só poderá acontecer "se os huthis e seus aliados o assinarem, não impedirem os esforços humanitários e não adotarem ações agressivas".

Kerry pediu, por sua vez, que os rebeldes xiitas aceitem a proposta saudita. "Este cessar-fogo depende dos huthis", disse.

"Pedimos com firmeza aos huthis e aos que os apoiam que utilizem sua influência com o objetivo de não perder esta grande oportunidade para responder às necessidades da população iemenita e encontrar uma via pacífica no Iêmen", insistiu o secretário de Estado americano.

Kerry também declarou que "nem Arábia Saudita, nem Estados Unidos falam de enviar tropas terrestres ao Iêmen", um dia depois do governo iemenita no exílio ter solicitado a medida para proteger os civis.

A aviação saudita apoia desde 26 de março os partidários do presidente iemenita Abd Rabo Mansur Hadi, que se refugiou em março na Arábia Saudita ante o avanço rebelde sobre a cidade de Áden, onde os combates prosseguem.

As tropas governamentais enfrentam os huthis, que tomaram o controle de extensas zonas do país, incluindo a capital Sanaa, e seus aliados, militares leais ao ex-presidente Ali Abdullah Saleh.

A ONU, a Cruz Vermelha e outras organizações humanitárias classificaram de catastrófica a situação de milhares de civis presos nos combates no Iêmen, onde a escassez de combustível ameaça paralisar os hospitais e a distribuição de ajuda.

Os combates no Iêmen deixaram mais de 1.200 mortos e ao menos 5.000 feridos desde meados de março, havia afirmado no dia 1 de maio a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Por sua vez, a Unicef havia afirmado em 24 de abril que "ao menos 115 crianças morreram e 172 ficaram mutiladas" entre o início dos bombardeios liderados por Riad no Iêmen e 20 de abril. Mais da metade dos falecidos morreram como consequência destes bombardeios, estimou a Unicef

A ONU estima que há 300.000 pessoas deslocadas pelo conflito.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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