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Obras de ponte em Gênova arriscam ter infiltração da máfia

O alerta foi lançado pelo chefe de autoridade anticorrupção

11 out 2018 - 12h32
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O presidente da Autoridade Nacional Anticorrupção (Anac) da Itália, Raffaele Cantone, alertou nesta quarta-feira (10) para o risco de infiltração da máfia nas obras de reconstrução da Ponte Morandi, cujo desabamento matou 43 pessoas em Gênova.

Destroços da Ponte Morandi, em Gênova
Destroços da Ponte Morandi, em Gênova
Foto: EPA / Ansa - Brasil

Em audiência na Câmara dos Deputados, Cantone afirmou que o "Decreto Gênova", pacote do governo para responder à emergência na capital da Ligúria, contém uma "lacuna" que permite a supressão do Código Antimáfia - conjunto de normas para impedir a ação de mafiosos em projetos do Estado - nas obras de reconstrução.

Segundo o presidente da Anac, existe o risco de organizações criminosas utilizarem "uma das maiores licitações dos últimos tempos" para fazer negócios em terraplenagem ou tratamento de resíduos, áreas onde a máfia possui forte atuação. "Sei que a vontade era outra, mas espero que a norma seja modificada", cobrou.

Fontes do governo italiano responderam que não haverá nenhuma "supressão das normas penais" sobre a máfia, apenas "derrogações burocráticas para evitar o aumento dos prazos, já que o procedimento para a reconstrução não é mais adiável".

Cantone, no entanto, manteve o posicionamento e disse que o Decreto Gênova não evita a infiltração de empresas ligadas a mafiosos. O desabamento da Ponte Morandi ocorreu em 14 de agosto e foi provocado provavelmente por falha estrutural.

Ansa - Brasil   
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