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Manobra dos EUA para apreender navio-tanque iraniano detém liberação de Gibraltar

15 ago 2019 - 09h42
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Os Estados Unidos solicitaram nesta quinta-feira a apreensão de um navio-tanque iraniano em Gibraltar, suspendendo sua liberação já esperada no último minuto e impedindo uma possível troca por um navio-tanque de bandeira britânica confiscado pelo Irã.

Petroleiro iraniano Grace 1 após ser apreendida pela Marinha Real britânica no Estreito de Gibraltar
13/08/2019 REUTERS/Jon Nazca
Petroleiro iraniano Grace 1 após ser apreendida pela Marinha Real britânica no Estreito de Gibraltar 13/08/2019 REUTERS/Jon Nazca
Foto: Reuters

O Grace 1 foi apreendido por comandos da Marinha Real britânica, que o abordaram em plena escuridão no litoral do território britânico no exterior em 4 de julho.

Gibraltar disse haver a suspeita de que o navio-tanque estava vendendo petróleo à Síria, uma violação de sanções da União Europeia. Já a Guarda Revolucionária iraniana apreendeu o Stena Impero de bandeira britânica no Golfo Pérsico no dia 19 de julho.

Muitos esperavam que Gibraltar liberasse o Grace 1 nesta quinta-feira, mas poucas horas antes o Departamento de Justiça dos EUA manobrou para confiscá-lo.

"O Departamento de Justiça dos EUA solicitou a apreensão do Grace 1 com base em uma série de alegações que estão sendo analisadas agora", disse o governo de Gibraltar, acrescentando que a questão voltará à sua Suprema Corte às 16h locais desta quinta-feira.

Não foram divulgados maiores detalhes sobre as justificativas da solicitação do Departamento de Justiça dos EUA, que não estava disponível de imediato para comentar.

O jornal Gibraltar Chronicle, o primeiro a dar a notícia, disse que o chefe do tribunal, Anthony Dudley, deixou claro que, se não fosse pela ação norte-americana, "o navio teria zarpado".

Embora tanto o Reino Unido quanto o Irã neguem que planejavam trocar as embarcações, muitos creem que o navio de bandeira britânica não será liberado até o navio-tanque iraniano também o ser.

Os dois navios-tanques apreendidos - um em Gibraltar e um no Irã - são vistos como peões no impasse entre Teerã e o Ocidente, e seus destinos na esteira das diferenças diplomáticas entre as grandes potências da UE e os EUA.

Países europeus, como o Reino Unido, discordaram com veemência da decisão do ano passado de Washington de abandonar um acordo internacional que garantia acesso comercial ao Irã em troca de limites ao seu programa nuclear.

Washington impôs sanções ao Irã visando deter totalmente suas exportações de petróleo. Países europeus suspenderam sanções a Teerã, mas mantêm uma proibição de venda de petróleo iraniano à Síria desde 2011.

Gibraltar nega que recebeu ordem para deter o Grace 1, que transportava mais de 2,1 milhões de barris de petróleo, mas várias fontes diplomáticas disseram que os EUA pediram ao Reino Unido que apreendesse a embarcação.

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