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Manifestantes voltam às ruas na Tailândia para pedir saída de primeira-ministra

A segunda maior economia do Sudeste Asiático vive mais uma rodada de agitação política e protestos populares, em meio a disputas acirradas entre a dinastia Shinawatra e a classe política conservadora alinhada ao rei e aos militares. Milhares de manifestantes tailandeses se reuniram em Bangkok neste sábado (28) para exigir a renúncia da primeira-ministra Paetongtarn Shinawatra.

28 jun 2025 - 10h01
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A segunda maior economia do Sudeste Asiático vive mais uma rodada de agitação política e protestos populares, em meio a disputas acirradas entre a dinastia Shinawatra e a classe política conservadora alinhada ao rei e aos militares. Milhares de manifestantes tailandeses se reuniram em Bangkok neste sábado (28) para exigir a renúncia da primeira-ministra Paetongtarn Shinawatra.

Cerca de 4 mil manifestantes se reuniram em Bangkok neste sábado (28/06/2025) para pedir a demissão da primeira-ministra Paetongtarn Shinawatra.
Cerca de 4 mil manifestantes se reuniram em Bangkok neste sábado (28/06/2025) para pedir a demissão da primeira-ministra Paetongtarn Shinawatra.
Foto: AP - Sakchai Lalit / RFI

A revolta eclodiu após um telefonema dela ao ex-líder cambojano Hun Sem, que levou os opositores a questionarem a capacidade de liderança da premiê. Na conversa vazada, ela comparou um general tailandês a um "oposicionista" e, em seguida, usou um tom considerado familiar demais por seus oponentes tradicionalistas, chamando o ex-líder cambojano de "tio".

Cerca de 4 mil manifestantes lotaram as ruas ao redor do Monumento da Vitória na capital tailandesa, agitando bandeiras nacionais e aplaudindo discursos exaltados, intercalados com apresentações musicais. A multidão era composta principalmente por idosos e liderada por ex-ativistas dos "camisas amarelas" envolvidos nos enormes protestos de rua que ajudaram a derrubar o governo de seu pai, Thaksin Shinawatra, na década de 2000, mas também por um de seus ex-aliados que se tornou um de seus maiores críticos.

"Estou aqui para proteger a soberania da Tailândia e dizer que a primeira-ministra é incompetente", disse Seri Sawangmue, um manifestante de 70 anos que viajou de ônibus do norte do país durante a noite para participar do evento. "Depois de ouvir a ligação vazada, percebi que não podia confiar nela", disse ele à AFP. "Já passei por muitas crises políticas e sei aonde isso está nos levando. Ela está pronta para abrir mão da nossa soberania."

A Tailândia vive há décadas o confronto entre os "camisas amarelas", que defendem a monarquia e os militares e veem Thaksin como uma ameaça à ordem social tradicional do país, e os "camisas vermelhas", que apoiam o ex-governante.

A manifestante Jamnong Kalana, de 64 anos, disse que já foi "camisa vermelha", mas mudou de posição e agora pede a renúncia de Paetongtarn. "Sinto muita dor quando vejo um compatriota tailandês que não ama o país como eu", disse ela.

Clã Shinawatra sob tensão

Autoridades disseram que mais de mil policiais e funcionários municipais foram mobilizados para garantir a segurança do protesto. "É direito deles protestar, desde que seja feito sem violência", disse Paetongtarn Shinawatra a repórteres, antes de uma viagem ao norte do país, atingido por enchentes.

Novata na política, a primeira-ministra é alvo de uma onda de críticas e foi afastada do cargo pelo Bhumjaithai, o segundo maior partido de sua coalizão, após um telefonema ao ex-primeiro-ministro cambojano Hun Sen. A ligação telefônica entre Paetongtarn e Hun Sen, que governou o Camboja por cerca de 40 anos, visava aliviar as tensões após a morte de um soldado cambojano no final de maio, durante um tiroteio em uma área de fronteira disputada.

No cargo há menos de um ano, Paetongtarn é a quarta integrante do clã Shinawatra a se tornar primeira-ministra da Tailândia, depois de seu pai, sua tia e o marido dela. Na próxima semana, a líder e seu pai, Thaksin, enfrentarão batalhas judiciais que podem remodelar o cenário político tailandês.

Na terça-feira, o Tribunal Constitucional decidirá se ouvirá uma petição de senadores pedindo seu impeachment por falta de profissionalismo. No mesmo dia, seu pai será julgado por acusações de lesa-majestade relacionadas a comentários feitos à mídia sul-coreana há uma década.

Uma dúzia de golpes bem-sucedidos desde o fim da monarquia absoluta em 1932 consolidaram o lugar dos militares no centro da vida política tailandesa, aumentando a possibilidade de intervenção caso o governo vá contra seus interesses.

Com informações da AFP

RFI A RFI é uma rádio francesa e agência de notícias que transmite para o mundo todo em francês e em outros 15 idiomas.
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