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"Muro não nos deterá": 1,7 mil hondurenhos marcham aos EUA

Apesar das ameaças e políticas migratórias da Casa Branca, migrantes planejam cruzar a Guatemala nos próximos dias

17 jan 2019 - 07h47
(atualizado às 07h54)
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AGUA CALIENTE, Guatelama - Mais de 1.700 migrantes de Honduras marcham em caravana pela Guatemala em direção ao México para, posteriormente, cruzar a fronteira sul dos Estados Unidos. Enquanto isso, mais de uma centena de salvadorenhos, incluindo crianças, fazem a mesma rota para se unir ao grupo.

Segundo registros oficiais da Direção de Imigração de Honduras, pouco mais de 1.700 pessoas se registraram no centro de controle migratório na cidade guatemalense de Agua Caliente, a trinta quilômetros da fronteira. Apesar disso, diversos imigrantes afirmaram à "The Associated Press" que não esperaram os trâmites burocráticos e cruzaram o país ilegalmente.

Migrantes hondurenhos partem rumo ao norte do continente
Migrantes hondurenhos partem rumo ao norte do continente
Foto: Luis Echeverria / Reuters

A hondurenha Miria Zelaya, que viaja com doze familiares, afirmou ter partido de Colón, departamento ao norte de Honduras, e se dirige aos Estados Unidos. A dona de casa disse não saber se a empreitada dará certo, mas ainda assim quer chegar ao território americano, mesmo ciente da ameaça da política de separação de famílias e o reforço de soldados na fronteira. "Isso não me desanima", afirmou.

O jovem Héctor Alvarado, 25 anos, viaja com o bolso vazio e disse que precisou deixar Honduras por ser "um opositor político ao partido do governo, que o impede de conseguir emprego".

"Descobri a caravana pelo Facebook, me despedi de minha família e segui caminho", disse. Apesar de não levar dinheiro, afirma se manter na viagem com doações de pessoas que conhece pelo caminho.

Na quarta, 16, centenas de pessoas receberam permissão de permanência na Guatemala por 90 dias.

O muro

"Com essa caravana estamos demonstrando [ao presidente americano, Donald Trump] que não há muro que nos detenha", disse um homem identificado apenas por José, que cobria o rosto com uma camisa da seleção de futebol de El Salvador. Segundo ele, o grupo é unido e viaja porque "não há trabalho e a criminalidade está elevada" em Honduras.

O futuro que aguarda o grupo de imigrantes na fronteira entre o México e os Estados Unidos é incerto. Caravanas anteriores se tornaram pauta recorrente de Donald Trump para justificar a construção de um muro - obra cujo financiamento colocou o governo em uma paralisação histórica. Parte dos imigrantes que chegaram aos portões americanos decidiram retornar aos países centro-americanos ou aceitaram ficar no México por não conseguirem autorização ou asilo.

Segundo registro da Patrulha Fronteiriça americana, quase metade dos imigrantes destas caravanas tentaram cruzar a fronteira ilegalmente. Em novembro, os agentes entraram em confronto com um grupo que tentou chegar ao país pelas cercas da cidade de Tijuana, no México. /ASSOCIATED PRESS

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