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Itália lembra 32 anos de atentado contra Giovanni Falcone

Juiz antimáfia foi assassinado em 23 de maio de 1992

23 mai 2024 - 09h27
(atualizado às 09h45)
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 A Itália relembra nesta quinta-feira (23) o aniversário de 32 anos do Massacre de Capaci, atentado que matou o juiz antimáfia Giovanni Falcone e mais quatro pessoas.

    "Embora a máfia continue a ser uma ameaça, ela pode e será derrotada", declarou o presidente italiano, Sergio Mattarella, em uma mensagem por ocasião das celebrações.

    Em 23 de maio de 1992, mafiosos da Cosa Nostra detonaram explosivos escondidos na estrada A29, em Capaci, nos arredores de Palermo, capital da Sicília, no exato momento em que o carro de Falcone passava pela região. O ataque também vitimou a esposa do magistrado, Francesca Morvillo, e três agentes de sua escolta: Vito Schifani, Rocco Dicillo e Antonio Montinaro. Ao lado de Paolo Borsellino, que seria assassinado dois meses depois, Falcone era protagonista do combate à máfia na Itália e jogou luz sobre o domínio que a Cosa Nostra exercia na Sicília.

    "Como disseram Falcone e Borsellino, a República mostrou que a máfia pode ser derrotada e que está destinada ao fim", afirmou o chefe de Estado italiano, destacando que "o compromisso de combatê-la nunca falha".

    De acordo com Mattarella, "as tentativas de poluir a sociedade civil e a intimidação dos operadores econômicos estão sempre à espreita" e "o dia da lei e da ordem que celebramos pretende ser um sinal de uma responsabilidade comum".

    "É necessário manter uma vigilância de alto nível. Os anticorpos institucionais e a mobilização social para impedir que as organizações mafiosas encontrem apoio em áreas cinzentas e submissas não podem ser enfraquecidos", acrescentou.

    Para o presidente da Itália, "o legado de Falcone e Borsellino é uma herança viva que pertence a toda a comunidade nacional".

    "Continuar o seu trabalho implica trabalhar por uma sociedade melhor", concluiu.

    Mattarella é irmão de Piersanti Mattarella, governador siciliano que foi assassinado pela máfia em 1980.

    Já Falcone liderou a investigação que culminou no chamado "Maxi Julgamento", no qual mais de 300 pessoas foram condenadas no processo que prova que a máfia siciliana realmente existia, algo que não era universalmente aceito na época.

    Tanto ele como Borsellino foram mortos em ataques da Cosa Nostra depois que a Suprema Corte manteve as condenações do deste julgamento, tornando-as definitivas.

    "Falcone ensinou-nos que 'os homens passam, as ideias permanecem. Apreciar estas palavras todos os dias é a melhor maneira de todos nós honrarmos o sacrifício daqueles que perderam a vida em Capaci em 23 de maio de 1992. Não desperdicem seus ensinamentos, sua coragem, levam adiante aqueles valores de liberdade, justiça e legalidade que os tornaram imortais", afirmou a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni. .

Ansa - Brasil   
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