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Itália isenta de certificado quem tomou vacina ainda em teste

Imunizante da Reithera sequer entrou na fase 3 de ensaios

5 ago 2021 - 13h19
(atualizado às 13h58)
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A exigência de certificado sanitário para acesso a teatros, cinemas, academias e áreas cobertas de restaurantes ainda nem entrou em vigor, mas o governo da Itália já anunciou flexibilizações na regra, que é contestada por partidos de direita e por empresários dos setores afetados.

Ampola de vacina anti-Covid da Reithera, que ainda está em teste
Ampola de vacina anti-Covid da Reithera, que ainda está em teste
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

As mudanças foram aprovadas nesta quinta-feira (5), um dia antes do início da exigência do certificado, e a novidade que mais chama atenção é a isenção do passe verde para quem tomou duas doses da vacina anti-Covid da empresa italiana Reithera, que ainda está em teste e não tem dados de eficácia divulgados.

Até o momento, a farmacêutica divulgou apenas resultados das fases 1 e 2 dos ensaios clínicos em humanos, que avaliam a segurança do imunizante e sua capacidade de estimular resposta do sistema imunológico. No entanto, ainda não se sabe se a vacina é realmente eficaz para conter o novo coronavírus.

Segundo a Reithera, o imunizante gerou resposta de anticorpos em 93% dos voluntários após a primeira dose e em 99% depois da segunda. 917 pessoas participaram dessa etapa dos ensaios clínicos, sendo que um terço delas recebeu duas doses de placebo.

A fase 3 dos testes em humanos, quando se avalia de fato a eficácia do imunizante, sequer começou. "Esperamos iniciar a fase 3 o quanto antes", disse Roberto Camerini, diretor da Reithera, em comunicado divulgado em 12 de julho.

A isenção do passe verde valerá para quem tomou duas doses da vacina, enquanto quem recebeu apenas uma terá de procurar uma segunda aplicação de uma das fórmulas já em circulação na Itália (AstraZeneca, Janssen, Moderna e Pfizer).

Segundo a determinação do governo italiano, os voluntários que participaram dos ensaios clínicos da Reithera vão receber um "certificado de isenção temporária" válido até 30 de setembro.

O documento será emitido pelo médico responsável pela experimentação e servirá para acesso aos locais que, a partir de 6 de agosto, exigirão certificado sanitário, como teatros, cinemas, academias, feiras, congressos e áreas cobertas de restaurantes e bares.

Esse "passe verde" é concedido para três categorias: pessoas totalmente vacinadas contra a Covid-19 ou que tenham tomado a primeira dose há pelo menos 15 dias; curados da doença há no máximo seis meses; ou indivíduos que testem negativo em exames PCR ou de antígeno há no máximo 48 horas.

De acordo com o Ministério da Saúde, os voluntários da Reithera terão de ser "adequadamente informados sobre o fato de que tal vacina ainda não tem disponíveis dados de eficácia dos estudos de fase 3".

Exigências

O governo italiano também confirmou nesta quinta que o "passe verde" será exigido de funcionários de escolas e estudantes e professores universitários.

O gabinete de ministros, no entanto, ainda discute se torna obrigatório o certificado sanitário em locais de trabalho. Por outro lado, o governo não vai exigir o passe verde em ônibus, metrôs e trens regionais.

Ansa - Brasil   
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