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Itália admite que Líbia não é 'porto seguro' para migrantes

Declaração foi dada pelo ministro Enzo Moavero Milanesi

9 out 2018 - 13h35
(atualizado às 15h14)
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O ministro de Relações Exteriores da Itália, Enzo Moavero Milanesi, afirmou nesta terça-feira (9) que a Líbia não é um "porto seguro" para o desembarque de migrantes forçados, contrariando seu colega de governo, o ministro do Interior Matteo Salvini, que defende que pessoas resgatadas no Mediterrâneo sejam devolvidas ao país africano.

Barco de migrantes forçados no Mediterrâneo Central
Barco de migrantes forçados no Mediterrâneo Central
Foto: Ansa / Ansa - Brasil

Segundo normas internacionais, migrantes salvos no mar precisam necessariamente ser levados para o "porto seguro mais próximo", tarefa que, no Mediterrâneo Central, normalmente recai sobre a Itália.

Na maioria dos casos, a Líbia fica mais perto do local do resgate, mas entidades de direitos humanos defendem que o país não tem condições de receber essas pessoas. "Em estrito sentido jurídico, a Líbia não pode ser considerada um porto seguro, e como tal é tratada por vários navios que efetuam salvamentos", declarou Moavero durante uma coletiva de imprensa em Roma.

"A noção de porto seguro e país seguro está ligada a convenções internacionais, que atualmente não foram subscritas pela Líbia", acrescentou o chanceler. As declarações representam uma contradição com a postura do novo governo italiano, que defende que o país africano participe ativamente dos resgates no Mediterrâneo.

Além disso, a Itália treina e equipa a Guarda Costeira líbia desde 2017, o que causou uma drástica redução no número de migrantes forçados que conseguem realizar a travessia marítima. Desde o início de 2018, 21.323 deslocados internacionais chegaram à Itália via mar, o que representa uma queda de 80% em relação ao mesmo período do ano passado.

Ansa - Brasil   
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