Script = https://s1.trrsf.com/update-1764790511/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Imagens de brasileira viva após queda em vulcão poderiam contrariar laudo da autópsia

O resultado da autópsia de Juliana Marins, que morreu na Indonésia após cair na encosta de um vulcão, foi divulgado nesta sexta-feira (27) em Bali. O exame apontou que a brasileira "sofreu fraturas múltiplas e lesões internas" e teria morrido 20 minutos após o trauma. No entanto, imagens de drones e outros vídeos mostrando Juliana viva após a queda poderiam contradizer o laudo da autópsia, aponta uma advogada entrevistada pela RFI.

27 jun 2025 - 12h25
(atualizado às 12h43)
Compartilhar
Exibir comentários

O resultado da autópsia de Juliana Marins, que morreu na Indonésia após cair na encosta de um vulcão, foi divulgado nesta sexta-feira (27) em Bali. O exame apontou que a brasileira "sofreu fraturas múltiplas e lesões internas" e teria morrido 20 minutos após o trauma. No entanto, imagens de drones e outros vídeos mostrando Juliana viva após a queda poderiam contradizer o laudo da autópsia, aponta uma advogada entrevistada pela RFI. 

Nesta imagem feita a partir de um vídeo da AP, uma ambulância levando o corpo de Juliana Marins, saindo do Parque Nacional do Monte Rinjani na ilha de Lombok, Indonésia, na quarta-feira, 25 de junho de 2025.
Nesta imagem feita a partir de um vídeo da AP, uma ambulância levando o corpo de Juliana Marins, saindo do Parque Nacional do Monte Rinjani na ilha de Lombok, Indonésia, na quarta-feira, 25 de junho de 2025.
Foto: AP / RFI

Juliana, que tinha 26 anos, desapareceu no sábado (21, pelo horário local) quando fazia uma trilha no segundo maior vulcão da Indonésia, o Monte Rinjani, localizado na ilha de Lombok. As tentativas de resgate foram prejudicadas pelas condições climáticas e pelo terreno acidentado.  

Os socorristas finalmente alcançaram o local onde ela estava na noite de terça-feira (24) e anunciaram sua morte. O corpo foi recuperado somente na quarta-feira (25) e levado para Denpasar, capital de Bali, onde foi feita a autópsia. 

O resultado, divulgado pela imprensa brasileira, não pode apontar o horário exato do óbito da brasileira, mas indica que ela teve uma "morte quase instantânea".

O médico-legista Ida Bagus Putu Alit, que realizou o exame, detalhou que ela sofreu "ferimentos, fraturas múltiplas e lesões internas em praticamente todo o corpo". Não havia sinais de hipotermia e o perito calculou que ela sobreviveu "menos de 20 minutos". No entanto, ele não pôde determinar o horário exato da morte da jovem.  

Contraprova? 

No sábado, dia da queda de Juliana Marins, várias imagens de drones e outros vídeos gravados por turistas que faziam a trilha no Monte Rinjani circularam nas redes, mostrando a brasileira movimentando as mãos e a cabeça. As autoridades locais chegaram a informar que ela ainda estava viva.  

A família Marins foi informada, criou um perfil no Instagram pedindo agilidade no resgate e o drama da brasileira provocou uma comoção nacional, com repercussão no estrangeiro. O pai de Juliana está na Indonésia e aguardava o resultado da autópsia para poder tentar levar o corpo de volta ao Brasil. 

A família voltou a criticar nessa quinta-feira a lentidão da operação de resgate, denunciando "negligência" e antecipando que deveria entrar na Justiça. Os familiares acreditam que Juliana poderia ter sido salva se tivesse sido alcançada em algumas horas, e não dias.  

A advogada francesa, Joana Viegas, especialista em seguros, disse à RFI que as imagens mostrando a jovem turista viva após a queda podem servir de contraprova ao resultado da autópsia em um eventual processo. Mas para isso, as horas exatas da queda e das filmagens têm de ser determinadas com precisão.

Segundo a advogada, as declarações de turistas que teriam conversado, visto ou ouvido Juliana ainda viva no penhasco não tem nenhum valor jurídico, pelo menos no direito francês.  

Desafios do resgate segundo Indonésia 

O diretor da agência nacional de busca e salvamento da Indonésia, Mohammad Syafii, se reuniu na noite desta quarta-feira com a família para explicar os desafios do resgate. As autoridades locais afirmaram que a operação de busca foi realizada de acordo com os procedimentos padrões e negaram as críticas de que o processo tenha sido lento. 

Syaffi explicou que a operação de resgate foi adiada devido ao terreno íngreme e ao mau tempo. Na segunda-feira, um drone localizou a jovem, que não se movimentava mais. 

Repatriação do corpo 

Rodrigo Neves (PDT), prefeito de Niterói e cidade natal de Juliana, se comprometeu a arcar com os custos do traslado do corpo da Indonésia para o Brasil. Já o presidente Lula informou nas redes sociais que determinou ao Ministério das Relações Exteriores "todo o apoio à família, incluindo o translado do corpo até o Brasil."  

A ilha de Lombok é um destino turístico conhecido por suas praias paradisíacas e paisagens exuberantes. Muitos visitantes tentam escalar o Monte Rinjani, o segundo vulcão mais alto da Indonésia, atraídos por sua vista panorâmica. 

O acidente de Juliana não é o primeiro no local. No ano passado, houve pelo menos duas quedas parecidas. Em uma delas, um turista da Malásia morreu. Turistas e guias criticam na internet a falta de segurança nas trilhas do Monte Rinjani. 

(Com agências)

RFI A RFI é uma rádio francesa e agência de notícias que transmite para o mundo todo em francês e em outros 15 idiomas.
Compartilhar
Publicidade

Conheça nossos produtos

Seu Terra












Publicidade