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Mundo

Igreja teve mais de 3 mil casos de abuso sexual na Alemanha

Relatório aponta que 4% dos sacerdotes do país estão envolvidos

12 set 2018 - 13h24
(atualizado às 14h09)
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Um relatório interno da Igreja Católica alemã, divulgado nesta quarta-feira (12) pela revista alemã "Der Spiegel" e o jornal "Die Zeit", revelou que 3.677 pessoas sofreram abusos sexuais praticados por membros da Igreja do país entre 1946 e 2014. Os documentos, segundo os veículos de imprensa, foram obtidos junto à Conferência Alemã dos Bispos e averiguados pelas universidades alemãs de Mannheim, Heidelberg e Giessen.

Casos de abusos sexuais revelados foram praticados entre 1946 e 2014
Casos de abusos sexuais revelados foram praticados entre 1946 e 2014
Foto: Avalon_Studio / iStock

Os pesquisadores concluíram que mais da metade da vítimas tinha 13 anos ou menos quando sofreram os abusos e a maioria eram garotos. O relatório também aponta que o número de vítimas deve ser ainda maior.

Foram analisadas 38 mil atas de 27 dioceses, que apontaram que 1.670 membros da Igreja estariam envolvidos nos abusos, o que representa uma fração de 4% dos sacerdotes alemães. Segundo o "Die Zeit", 969 das vítimas eram coroinhas. As investigações também informam que, em muitos casos, os documentos foram destruídos ou manipulados e que muitos sacerdotes foram transferidos de diocese após a descoberta dos incidentes, sem que as novas congregações soubessem do passado dos supostos abusadores.

A Conferência Alemã dos Bispos escreveu um comunicado em que lamenta que o documentos tenham sido vazados, mas confirma que eles revelam "a dimensão dos abusos sexuais" que aconteceram.

O relatório completo, que faz parte de um esforço da Igreja local de combater casos de conduta sexual inapropriada, serão apresentados ao cardeal alemão Reinhard Marx no próximo dia 25.

O papa Francisco anunciou nesta quarta-feira (12) que organizará uma reunião de bispos no mundo inteiro entre os dias 21 e 24 fevereiro de 2019 para discutir esforços para o combate aos abusos. O Pontífice é acusado pelo arcebispo italiano Carlo Viganò de conivência com casos de pedofilia ocorridos nos Estados Unidos desde 2013.

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