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Guaidó enfrentará risco de prisão ao voltar à Venezuela para desafiar Maduro

4 mar 2019 - 11h43
(atualizado às 11h49)
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O líder opositor venezuelano Juan Guaidó pretende correr o risco de ser preso ao voltar para casa nesta segunda-feira, já que ignorou uma proibição de viagem de um tribunal e visitou aliados latino-americanos para angariar mais apoio à sua campanha para depor o presidente Nicolás Maduro.

Líder oposicionista venezuelano Juan Guaido em entrevista em Salinas, Equador
REUTERS/Daniel Tapia
Líder oposicionista venezuelano Juan Guaido em entrevista em Salinas, Equador REUTERS/Daniel Tapia
Foto: Reuters

O retorno de Guaidó, cujos detalhes sua equipe tem mantido sob sigilo, pode se tornar a próxima conflagração de seu duelo com Maduro enquanto ele tenta manter o apoio e convencer apoiadores internacionais a isolarem ainda mais o governo venezuelano.

A prisão de Guaidó poderia permitir à oposição ressaltar como a gestão Maduro reprime seus adversários políticos e levar os Estados Unidos a imporem sanções ainda mais rígidas - mas também pode privar o país de uma liderança pública que trouxe unidade depois de anos de conflitos internos.

No domingo, Guaidó, que foi reconhecido como o chefe de Estado legítimo da Venezuela por muitas nações ocidentais, disse que enfrentará o "desafio histórico" de voltar a tempo para comandar protestos na segunda e terça-feiras, em pleno feriado de Carnaval - época incomum para manifestações.

"Se o regime ousar, claro, nos sequestrar, será o último erro que cometerá", disse Guaidó durante uma transmissão pelo Twitter, sem revelar sua localização. Ele disse que ele e sua equipe prepararam "os passos a seguir" caso ele seja detido.

Guaidó partiu para a Colômbia em segredo, violando uma ordem da Suprema Corte, para coordenar no dia 23 de fevereiro, no país vizinho, os esforços para enviar ajuda humanitária à Venezuela para aliviar a escassez generalizada de alimentos e remédios.

Mas soldados leais a Maduro impediram a entrada de comboios de caminhões de ajuda enviados da Colômbia e do Brasil, o que provocou confrontos que mataram ao menos seis pessoas ao longo da fronteira brasileira, segundo grupos de direitos humanos.

Da Colômbia ele viajou para Argentina, Brasil, Equador e Paraguai para angariar apoio latino-americano para um governo de transição que antecederia a realização de eleições livres e justas.

Ainda no domingo ele partiu de avião da cidade equatoriana litorânea de Salinas, mas não falou publicamente desde então, com exceção da transmissão pelo Twitter. Para chegar a Caracas na manhã desta segunda-feira ele poderá pegar voos comerciais de Bogotá ou da Cidade do Panamá.

Maduro, que rotula Guaidó de fantoche golpista dos EUA, disse que sua prisão depende do sistema de justiça.

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