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Grandes cidades do mundo enfrentarão condições climáticas "desconhecidas" até 2050

10 jul 2019 - 16h56
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Por Michael Taylor

Blocos de gelo flutuam no rio Hudson, com Nova York ao fundo
01/02/2019
REUTERS/Andrew Kelly
Blocos de gelo flutuam no rio Hudson, com Nova York ao fundo 01/02/2019 REUTERS/Andrew Kelly
Foto: Reuters

KUALA LUMPUR (Thomson Reuters Foundation) - Um quinto das grandes cidades do mundo enfrentará condições climáticas "desconhecidas" até 2050, disseram pesquisadores nesta quarta-feira, já que as temperaturas em elevação aumentam os riscos de secas e inundações.

Cientistas de clima do Crowther Lab, grupo de pesquisa da ETH Zurich, uma universidade de ciência e tecnologia, analisaram 520 cidades de todo o globo, incluindo todas as capitais e a maioria dos centros urbanos com uma população de mais de 1 milhão de habitantes.

    Considerando as condições climáticas atuais destas cidades --inclusive dados sazonais e de precipitação--, os cientistas projetaram o que acontecerá se as temperaturas subirem outro meio grau, aproximando-se do piso da meta de 1,5º Celsius estabelecida no Acordo de Paris de 2015 sobre a mudança climática.

    O relatório mostrou que 22% das cidades terão condições climáticas inéditas até 2050, como estações de seca e de monções mais intensas, disse Jean Francis-Bastin, seu principal autor.

    "É uma mudança de condições climáticas que provavelmente aumentará o risco de inundações e secas extremas", explicou ele à Thomson Reuters Foundation. "São condições desconhecidas."

    Quase 70% da população mundial deve estar morando em áreas urbanas até 2050, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).

    Mas muitas cidades, especialmente em nações mais pobres, enfrentam desafios consideráveis, como populações grandes e crescentes em favelas que carecem de serviços básicos e correm um risco cada vez maior de desastres climáticos.

    Conforme o Acordo de Paris, que foi ratificado por mais de 200 países, governos prometeram manter o aquecimento global "bem abaixo" dos 2ºC acima dos tempos pré-industriais e buscar um limite menor de 1,5ºC.

    Limitar a elevação das temperaturas globais a 1,5ºC evitaria perdas econômicas de 12 trilhões de dólares até 2050, ainda de acordo com a ONU.

    Cientistas do Crowther Lab disseram que o estudo, publicado no periódico científico PLOS ONE, foi a primeira análise global das alterações prováveis nas condições climáticas de grandes cidades resultantes do aquecimento global.

    O estudo revelou que 77% das cidades que analisou testemunharão uma mudança notável nas condições climáticas até 2050.

    Cidades de regiões tropicais, que provavelmente sofrerão os impactos mais fortes da mudança climática, terão alterações menores na temperatura média, disse o estudo.

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