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Governo da Venezuela liberta mais 40 opositores

Ministro de Comunicação não detalhou quantos serão soltos no total; ex-prefeito Daniel Ceballos e o general aposentado Ángel Vivas estavam entre os libertados na sexta-feira

2 jun 2018 - 20h05
(atualizado às 20h20)
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Familiares recebem primeiros opositores libertados por Nicolás Maduro
Familiares recebem primeiros opositores libertados por Nicolás Maduro
Foto: Reuters

O governo da Venezuela soltou neste sábado (2) um novo grupo de 40 opositores, como parte das libertações prometidas pelo presidente Nicolás Maduro após sua questionada reeleição no dia 20 de maio.

"No dia de hoje são 40 (...) que recebem amplos benefícios processuais", anunciou o ministro de Comunicação, Jorge Rodríguez, em discurso transmitido pelo canal estatal. Ele não disse quantos serão soltos no total.

Na sexta-feira foram libertados 40, entre eles o ex-prefeito Daniel Ceballos e o general aposentado Ángel Vivas.

O grupo libertado neste sábado é liderado pelo deputado suplente Gilber Caro, de 44 anos, detido em janeiro de 2017 acusado de traição à pátria e subtração de armas das Forças Armadas.

Também foi beneficiado Raúl Emilio Baduel, filho do general preso Raúl Isaías Baduel, antigo aliado de Hugo Chávez e rebaixado por Maduro em março por suposta conspiração. Baduel foi detido no dia 21 de março de 2014 e condenado a oito anos de prisão, acusado de "instigação pública, intimidação pública e agrupamento".

Os principais rivais Nicolás Maduro nas eleições da Venezuela, Henri Falcon e Javier Bertucci, rejeitaram a reeleição do presidente venezuelano e pediram por um novo pleito

O ex-deputado de Barinas, Wilmer Azuaje, preso em maio de 2017, acusado de agrupamento, foi outro dos libertados.

Antes de serem libertados, os opositores comparecem a um ato na chancelaria comandado por Delcy Rodríguez, a presidente da Assembleia Nacional Constituinte e responsável pelas libertações mediante a Comissão da Verdade. "É preciso apartar o ódio e a intolerância, buscar as vias democráticas e pacíficas", disse ela aos 40 libertados neste sábado.

Os opositores libertados devem cumprir medidas cautelares que incluem a proibição de saída do país. Muitos também ficam proibidos de falar com a imprensa.

A ONG Fórum Penal, que contabilizava 357 "presos políticos" antes dessas libertações, questiona que enquanto Maduro liberta alguns, outros são detidos. "Dissemos à comunidade internacional que esteja atenta a esse efeito 'porta giratória'", disse o diretor da ONG, Alfredo Romero, que denunciou que na última semana houve 22 detenções.

Os "pontos vermelhos" foram o centro de uma polêmica neste domingo durante as eleições presidenciais na Venezuela. O governo de Nicolás Maduro pediu a quem tivesse o 'Carnê da pátria' - documento necessário para ter acesso a programas sociais - que passasse nestas tendas para registrar o comparecimento às urnas

Estadão
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