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Europa

Turquia: oposição pede reunião de cúpula política por fim da violência

12 jun 2013 - 06h19
(atualizado às 06h23)
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O principal partido de oposição da Turquia, o CHP, pediu nesta quarta-feira a realização de uma "cúpula de líderes" políticos para acalmar a escalada da violência policial em torno dos intensos protestos que acontecem no país há 12 dias.

"Os manifestantes estão agora legitimados", disse o chefe do Partido Republicano do Povo (CHP), Kemal Kilicdaroglu, em entrevista coletiva em Ancara, realizada após uma reunião extraordinária de seu grupo político.

A tensão aumentou ontem quando a polícia entrou na Praça Taksim em Istambul, da qual não tinha se aproximado nos últimos 10 dias, e onde ocorreram os confrontos mais violentos até agora.

A polícia voltou nesta madrugada, às 4h (22h de Brasília do dia anterior), para retirar as barricadas da praça e das ruas adjacentes. Depois, às 7h (2h de Brasília), uma nova barricada foi levantada na entrada do parque Gezi.

"Deveríamos acabar imediatamente com a mentalidade da administração que põe a polícia em confronto com a população", disse Kilicdaroglu.

Segundo o líder opositor, "seria preciso declarar a obrigação de processar judicialmente às forças de segurança que fazem uso excessivo da força".

"A tensão deve diminuir", insistiu o político após pedir ao chefe do Estado, Abdullah Gül, que convoque "uma cúpula urgente de líderes neste processo crítico".

Espera-se que o primeiro-ministro, Recep Tayyip Erdogan, receba hoje alguns representantes dos protestos dos últimos dias, nascidos de um movimento ambientalista modesto de rejeição a um plano de remodelação urbanística do parque Gezi, nas proximidades da Praça Taksim em Istambul.

A violenta resposta da polícia aos ambientalistas suscitou uma onda de solidariedade que ampliou e estendeu os protestos a todo o país, transformados rapidamente em uma manifestação de rejeição ao autoritarismo de Erdogan.

O primeiro-ministro convocou grandes reuniões em Ancara e Istambul durante o fim de semana.

Mas alguns dos indivíduos e grupos convidados ao evento declararam hoje que não vão comparecer porque a instância que representa legitimamente os manifestantes é a Plataforma de Solidariedade Taksim, que deveria participar de qualquer reunião.

O Greenpeace, convidado à reunião, exigiu o fim dos enfrentamentos violentos e destacou que "a reunião não terá nenhum resultado em meio à atual atmosfera de violência".

Também foram registrados enfrentamentos violentos na principal praça de Ancara, Kizilay, na qual centenas de cidadãos se reuniram em solidariedade aos manifestantes da Praça Taksim.

Em comunicado publicado hoje, a Plataforma de Taksim pediu a solidariedade da população turca e de todo o mundo.

"Todos os pássaros e animais em torno de Taksim estão morrendo pelo uso excessivo de gás. Os mais jovens estão aqui decididos a defender sua honra, resistem e inclusive arriscam suas vidas", diz a nota.

Várias organizações importantes do exterior, como a Anistia Internacional, emitiram seu apoio e solidariedade. Além disso, fizeram um pedido de "ação urgente" para a Turquia e o Parlamento Europeu convocou uma reunião extraordinária para tratar da situação.

Desde o fim do mês de maio os protestos causaram pelo menos quatro mortes e mais de cinco mil feridos.

EFE   
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