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Incêndio no sul da França deve impactar produção de vinho na região

Com a estimativa de até 900 hectares de vinhedos queimados na região de Aude, no sul da França, conforme anunciado pelo responsável regional, Christian Pouget, o incêndio que tem afetado a área nas últimas 48 horas deve causar prejuízos para a produção de vinho no país. Os bombeiros consideram esta quinta-feira (7) um dia "decisivo" para o controle das chamas. Segundo dados oficiais, este é maior incêndio registrado na França em pelo menos 50 anos.

8 ago 2025 - 12h54
(atualizado em 8/8/2025 às 13h33)
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Com a estimativa de até 900 hectares de vinhedos queimados na região de Aude, no sul da França, conforme anunciado pelo responsável regional, Christian Pouget, o incêndio que tem afetado a área nas últimas 48 horas deve causar prejuízos para a produção de vinho no país. Os bombeiros consideram esta quinta-feira (7) um dia "decisivo" para o controle das chamas. Segundo dados oficiais, este é maior incêndio registrado na França em pelo menos 50 anos.

Autoridades locais explicam que as vinhas normalmente funcionam como barreiras contra a expansão do fogo, mas em Aude a intensidade do incêndio foi tanta que elas ainda assim queimaram. Com isso, os agricultores, que já eram impactados pelas variações climáticas e pela crise da viticultura, aproveitaram para denunciar a falta de incentivo à atividade na região.

O presidente dos Jovens Agricultores da Occitânia, Pierre Hylari, denunciou à rádio France Info que a redução do número de vinhas ocorrida nos últimos anos criou terrenos abandonados. Os restos das plantas secas ficaram espalhados, sem manutenção, e se transformaram em combustível para os incêndios que hoje ocorrem em Aude. O agricultor teme que a mesma situação se repita futuramente nos Pireneus Orientais.

No vilarejo de Saint-Laurent-de-la-Cabrerisse, o diretor da adega cooperativa Cellier des Demoiselles, Anael Payrou, fez um primeiro balanço. Nas três principais vilas que abastecem a adega, "80% das vinhas estão totalmente ou parcialmente queimadas". "Em 2022, tivemos a geada, a seca em 2023 e 2024, o fogo este ano. Em Corbières, estamos amaldiçoados", lamenta ele. "Pelo menos 20% das vinhas parecem intactas. Depois será preciso ver em que proporção as uvas terão gosto de fumaça, não é certo que possamos transformá-las em vinho", teme o diretor.

Dia "decisivo"

"O objetivo é conseguir conter" o fogo hoje, disse à AFP o coronel Christophe Magny, chefe dos bombeiros locais, que lidera as operações. "Este é um ponto de inflexão decisivo", acrescentou o capitão Jean-Marie Aversinq, oficial de Comunicações do Corpo de Bombeiros. O próximo passo será a contenção dos 90 quilômetros no entorno do incêndio.

Ainda ativo, o fogo diminuiu significativamente, após ter se espalhado a uma velocidade que consumiu "mil hectares por hora" nos estágios iniciais do incêndio, de acordo com Rémi Recio, representante do governo local.

Com início na tarde de terça-feira (5), em um vilarejo na floresta de Corbières, o maior incêndio do verão na França já devastou17 mil hectares de vegetação, segundo a Defesa Civil. O fogo também destruiu ou danificou 36 casas e queimou cerca de 40 veículos, segundo um relatório provisório.

Em Saint-Laurent-de-la-Cabrerisse, o vilarejo mais atingido pelo fogo, uma mulher de 65 anos, que se recusou a sair de casa, foi encontrada morta na quarta-feira. O imóvel foi devastado pelas chamas. A administração local também relatou 13 feridos: dois moradores hospitalizados, um dos quais com queimaduras graves, e 11 bombeiros, um deles com um ferimento na cabeça, segundo o ministro do Interior, Bruno Retailleau.

"Crise climática"

A França não registrava um incêndio desse porte na costa do Mediterrâneo há pelo menos 50 anos, de acordo com um banco de dados do governo que lista incêndios florestais desde 1973.

Em uma mensagem de solidariedade no X, o chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou: "A crise climática está sobre nós. Se nenhuma ação for tomada rápida e coletivamente, uma catástrofe ocorrerá. É uma questão de 'quando', não de 'se'."

"A União Europeia está ao lado da França enquanto os piores incêndios florestais de sua história recente assolam a Europa", declarou Ursula von der Leyen, presidente da Comissão de Bruxelas.

Até o final de julho, na metade do verão, a Agência Francesa de Segurança Civil contabilizou mais de 15 mil hectares queimados em todo o país, com nove mil incêndios ocorrendo, principalmente na costa do Mediterrâneo.

Especialistas acreditam que as mudanças climáticas causadas pelo homem estão aumentando a intensidade, a duração e a frequência do calor extremo que alimenta os incêndios florestais.

(Com AFP e agências)

RFI A RFI é uma rádio francesa e agência de notícias que transmite para o mundo todo em francês e em outros 15 idiomas.
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