França enfrenta nova onda de calor com temperaturas acima dos 40°C
A França vive desde sexta-feira uma intensa onda de calor que se espalhou neste domingo (10) por toda a metade sul do país. Segundo a Météo-France, mais de 40 departamentos estão em alerta laranja para calor extremo, incluindo regiões que vão dos Pirineus-Atlânticos ao Jura e da Charente-Maritime até os Alpes-Maritimes.
A França vive desde sexta-feira uma intensa onda de calor que se espalhou neste domingo (10) por toda a metade sul do país. Segundo a Météo-France, mais de 40 departamentos estão em alerta laranja para calor extremo, incluindo regiões que vão dos Pirineus-Atlânticos ao Jura e da Charente-Maritime até os Alpes-Maritimes.
As temperaturas devem atingir frequentemente os 40°C, podendo ultrapassar esse valor em áreas como Hérault, Var e o sul dos departamentos de Ardèche e Drôme. Em cidades como Alès (Gard), são esperados 42°C, enquanto Montpellier deve registrar 41°C. Bordeaux e Toulouse também enfrentam picos de 39°C durante a tarde.
Nas ruas, a população tenta se adaptar. Em Bordeaux, uma jovem mãe, Amandine, carregava o elevador com carrinho de bebê, patinete e itens de praia. "Impossível manter as crianças no apartamento com esse calor. Estou indo para o litoral… Lá estão anunciando 7 graus a menos", disse ela, mostrando a previsão do tempo no celular.
Essa é a segunda onda de calor registrada na França em 2025, após o episódio entre 19 de junho e 4 de julho. Desde 1947, já foram contabilizadas 51 ondas de calor no país. A Météo-France alerta para cuidados especiais com pessoas vulneráveis, como idosos e doentes.
Em Marselha, Monique Beluy, de 81 anos, lamenta morar sozinha. "Nunca enfrentei uma canícula tão difícil. Com minha idade e saúde, sei que sou mais vulnerável", desabafa, protegendo-se do sol com um guarda-chuva.
Semana de calor
O pico da onda de calor é esperado entre segunda e terça-feira, com previsão de durar até o final da próxima semana. No total, 46 departamentos estão em alerta laranja, enquanto apenas a Córsega do Sul permanece em alerta amarelo.
A agricultura também sofre os impactos. Marc Bardin, produtor de frutas em Charavines (Isère), teme prejuízos: "Com esse calor, metade das minhas framboesas vai perder a pigmentação. O sabor não muda, mas fica mais difícil vender." Ele investiu em estufas com sombra, mas alerta: "É caro. Os anos ruins se acumulam e os agricultores vivem cada vez pior. A longo prazo, a alimentação vai custar mais caro."
Além disso, o risco de incêndios aumentou. A área de Vaucluse foi classificada como de risco muito elevado, e outros 15 departamentos estão em alerta para fogo. Na região de Aude, um incêndio já consumiu 16 mil hectares, e os bombeiros ainda lutam para controlá-lo, enfrentando ventos secos de até 55 km/h.
A onda de calor também afeta os transportes. A SNCF, empresa ferroviária francesa, cancelou viagens nas linhas Intercités Bordeaux-Marselha, Paris-Limoges-Toulouse e Paris-Clermont, temendo falhas nos sistemas de ar-condicionado dos trens mais antigos.
(com AFP)