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EUA podem exigir que turistas apresentem histórico de redes sociais dos últimos 5 anos para entrar no país

Proposta afetaria pessoas de dezenas de países, como Reino Unido, Japão e França, que não precisam de visto para visitar o país

10 dez 2025 - 19h06
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O governo Trump intensificou o controle de fronteiras desde que retornou à Casa Branca
O governo Trump intensificou o controle de fronteiras desde que retornou à Casa Branca
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Turistas de dezenas de países, incluindo o Reino Unido, Japão e França, poderão ser solicitados a fornecer um histórico de seus últimos cinco anos nas redes sociais como condição para entrar nos Estados Unidos, sob uma nova proposta apresentada por autoridades americanas.

Essa nova condição afetaria pessoas de dezenas de países que são elegíveis para visitar os Estados Unidos por 90 dias sem visto, desde que tenham preenchido o formulário do Sistema Eletrônico de Autorização de Viagem (ESTA, na sigla em inglês).

Desde seu retorno à Casa Branca em janeiro, o presidente Donald Trump tomou medidas para reforçar as fronteiras dos Estados Unidos de forma mais geral, citando a segurança nacional como razão principal.

Analistas dizem que esse novo plano coloca um obstáculo para possíveis visitantes, além de ferir seus direitos digitais.

Desde que retornou à Casa Branca, Trump tem reforçado seu controle de fronteiras
Desde que retornou à Casa Branca, Trump tem reforçado seu controle de fronteiras
Foto: Alex Wong/Getty Images / BBC News Brasil

Os Estados Unidos esperam um fluxo maior de turistas estrangeiros no próximo ano, já que vão sediar a Copa do Mundo de futebol masculino junto com Canadá e México, além das Olímpiadas de 2028 em Los Angeles.

O documento da proposta foi apresentado pela Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP, na sigla em inglês) e pelo Departamento de Segurança Interna (DHS), do qual a agência faz parte.

A mídia americana informou que o documento foi publicado no Registro Federal, que é o diário oficial do governo dos EUA. A BBC solicitou comentários sobre o assunto ao DHS.

A proposta diz que "o elemento de dados vai solicitar que os aplicantes ao ESTA forneçam suas redes sociais nos últimos 5 anos", sem dar mais detalhes sobre quais informações específicas serão solicitadas.

O ESTA atual exige uma quantidade comparativamente limitada de informações dos viajantes, assim como um pagamento único de US$ 40 (R$ 220). Ele está disponível para cidadãos de cerca de 40 países — incluindo Reino Unido, Irlanda, França, Austrália e Japão — e permite que eles visitem os EUA várias vezes durante um período de dois anos.

Além da coleta de informações das redes sociais, o novo documento propõe que sejam recolhidos números de telefone e endereços de email usados pelo aplicando nos últimos cinco e dez anos, respectivamente, e mais informações sobre seus familiares.

O texto menciona uma ordem executiva de Trump em janeiro, intitulada "Protegendo os Estados Unidos de terroristas estrangeiros e outras ameaças à segurança nacional e segurança pública".

Proposta afetaria pessoas de vários países, incluindo Reino Unido, Japão, França, que podem preencher um formulário ESTA em vez de solicitar um visto de turismo
Proposta afetaria pessoas de vários países, incluindo Reino Unido, Japão, França, que podem preencher um formulário ESTA em vez de solicitar um visto de turismo
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

O governo Trump anunciou anteriormente que analisaria perfis de redes sociais ao avaliar solicitações de estrangeiros para vistos de estudante ou H1B para trabalhadores qualificados.

O Departamento de Estado disse que vai analisar a "presença online" dos solicitantes e seus dependentes, e que as configurações de privacidade em todas as redes sociais devem estar públicas para que essa triagem possa acontecer.

Um anúncio no site da Embaixada e do Consulado dos Estados Unidos no México afirma que alguns solicitantes de visto devem listar todos os nomes de usuários de cada plataforma que usaram nos últimos cinco anos. E avisa que caso alguma rede social não for listada, vistos podem ser negados.

Um funcionário do Departamento de Estado disse sobre a política de vistos de estudante: "Os cidadãos americanos esperam que seu governo faça todo o possível para tornar nosso país mais seguro, e é exatamente isso que a Administração Trump está fazendo todos os dias."

Os agentes foram instruídos a identificar aqueles "que defedendem ou apoiam terroristas estrangeiros designados e outras ameaças à segurança nacional; ou que perpetram assédio ou violência antissemita ilegal".

Como parte dos esforços da administração de Trump para endurecer as fronteiras, autoridades disseram que uma proibição de viagens, que atualmente afeta 19 países na África, no Oriente Médio e no Caribe, poderá ser expandida em breve.

Essa medida foi anunciada após um ataque a tiros contra dois membros da Guarda Nacional em Washington, D.C., no qual um homem afegão foi identificado como suspeito.

A nova proposta sobre a coleta de dados ESTA para turistas está aberta à consulta pública por 60 dias.

Sophia Cope, da organização de direitos digitais Electronic Frontier Foundation, criticou o plano, afirmando ao New York Times que ele poderia "aumentar os danos às liberdades civis".

Enquanto isso, o escritório de advocacia Fragomen, especializado em imigração, sugeriu que podem haver impactos práticos dessa medida, já que os solicitantes poderiam enfrentar esperas mais longas para aprovação do ESTA.

Especialistas já haviam sugerido que as mudanças nas políticas de viagem introduzidas durante o governo Trump tiveram impacto na indústria do turismo dos Estados Unidos.

No início do ano, o Conselho Mundial de Viagens e Turismo afirmou que os EUA eram a única das 184 economias analisadas que deveria apresentar uma queda nos gastos de visitantes internacionais em 2025.

Outras políticas do governo Trump também parecem ter impactado o turismo no país, como o boicote de muitos canadenses a viagens aos EUA como forma de protesto contra as tarifas de Trump.

Outubro marcou o décimo mês consecutivo de queda no número de viajantes canadenses para os EUA. No passado, os canadenses representavam cerca de um quarto de todos os visitantes internacionais, gastando mais de US$ 20 bilhões (R$ 109 bilhões) por ano, de acordo com a Associação de Viagens dos EUA.

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