EUA: maioria dos estados tem taxa de obesidade acima de 25%
Dois a cada três estados dos Estados Unidos têm uma taxa de obesidade superior a 25%, segundo um estudo publicado nesta quinta-feira que mostra que o sobrepeso deixou de ser um problema limitado para se tornar uma epidemia nacional em apenas 20 anos.
Do total, 38 estados do país têm uma taxa superior a 25%, e só um - Colorado - abaixo de 20%, aponta o estudo elaborado pela organização Trust for America''s Health (TFAH) e a Fundação Robert Wood Johnson (RWJF).
Em 1995, quando se recopilaram os primeiros dados por estados, nenhum deles tinha uma taxa superior a 15%, lembra o relatório, intitulado "F as in Fat".
Desde então, as taxas duplicaram em sete estados e cresceram pelo menos 90% em outros 10, como Oklahoma, Alabama e Tennessee.
"O estado que hoje tem a menor taxa de obesidade teria sido o que tinha a maior em 1995", disse em comunicado o diretor-executivo de TFAH, Jeff Levi, que considerou os últimos 20 anos "um ponto de inflexão".
O estado mais "obeso" do país é Mississipi, com um índice de 34,4%, e o mais "magro" é o Colorado com 19,8%, uma taxa que, no entanto, está longe de ser positiva, já que posiciona quase um a cada cinco habitantes em risco de sofrer diabetes e doenças cardiovasculares.
No total, a obesidade afeta dois a cada três americanos, e é muito mais presente entre os afro-americanos e os hispânicos que entre os brancos.
Em quatro estados - Mississipi, Dakota do Norte, Carolina do Sul e Texas - mais de 35% dos hispânicos são obesos, e em outros 19, a taxa está acima de 30%.
Os afro-americanos, por sua vez, têm taxas superiores a 40% em 14 estados.
A evasão escolar é um elemento que favorece o sobrepeso, já que quase 33% dos americanos que não acabaram o Ensino Médio são obesos, enquanto a porcentagem entre quem tem um diploma universitário é de 21,5%.
Outro fator é o baixo nível de renda: mais de 33% de quem ganha menos de US$ 15 mil ao ano tem problemas de peso, enquanto dos que somam mais de US$ 50 mil anuais, 24,6% são obesos.
"Não podemos continuar ignorando o impacto que a obesidade tem em nossa saúde e na correspondente despesa nos seguros de saúde", indicou Levi.
Para frear a tendência, o relatório recomenda que se restabeleça o financiamento de vários programas federais contra a obesidade, deixado de lado entre pressões fiscais, e que não se corte o Fundo de Prevenção e Saúde Pública.
Além disso, pede ao Departamento de Agricultura para cumprir a aplicação da Lei para uma Infância Saudável e sem Fome, que regula os cardápios escolares e aplica regras estritas aos alimentos e bebidas que se vendem em máquinas vendedoras a varejo nas escolas.
O exercício físico, através do Plano Nacional de Atividade Física, seria outro fator imprescindível para contornar o problema, ressalta o relatório.