Em Pequim, Vladimir Putin e Xi Jinping reafirmam união diante das pressões ocidentais
Na véspera de uma grande parada militar organizada por Pequim para marcar os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial - com a presença de convidados selecionados, como o líder norte-coreano Kim Jong-un - o presidente russo, Vladimir Putin, que está na capital chinesa, se reuniu com Xi Jinping nesta terça-feira (2). O encontro serviu para que os dois líderes voltassem a demonstrar sua união frente às pressões do Ocidente.
Na véspera de uma grande parada militar organizada por Pequim para marcar os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial - com a presença de convidados selecionados, como o líder norte-coreano Kim Jong-un - o presidente russo, Vladimir Putin, que está na capital chinesa, se reuniu com Xi Jinping nesta terça-feira (2). O encontro serviu para que os dois líderes voltassem a demonstrar sua união frente às pressões do Ocidente.
Clea Broadhurst, correspondente da RFI em Pequim
"Nosso relacionamento está em um nível sem precedentes", declarou Putin a Xi Jinping, lembrando que China e Rússia lutaram juntas durante a Segunda Guerra Mundial. "Sempre estivemos juntos, e continuamos juntos hoje", afirmou o presidente russo.
Xi Jinping, por sua vez, destacou uma "colaboração estratégica abrangente", relações de "boa vizinhança" e condenou o "assédio" ocidental, em uma crítica direta aos Estados Unidos.
Moscou e Pequim anunciaram oficialmente os anos de 2026 e 2027 como os "anos da educação" Rússia-China, com o objetivo de fortalecer a cooperação científica e tecnológica - considerada essencial para a soberania de ambos os países.
União anti-EUA
Como Pequim nunca condenou a invasão da Ucrânia pela Rússia, e a "parceria sem limites" firmada com Moscou em 2022 continua preocupando as capitais ocidentais, Putin aproveitou o encontro em Tianjin para defender sua ofensiva, acusando o Ocidente de tê-la provocado.
Já a China prepara para quarta-feira (3) uma parada grandiosa com tapetes e bandeiras vermelhas, da qual participarão Xi Jinping, Vladimir Putin e Kim Jong-un. Trata-se de uma encenação cuidadosamente planejada com objetivos simbólicos e estratégicos, assumidamente como uma vitrine militar de uma frente antiamericana.
Kim Jong-un, que deixou Pyongyang na segunda-feira (1º) e cruzou a fronteira com a China na madrugada de segunda para terça, já teria desembarcado em Pequim de trem nesta terça-feira, segundo a AFP. O líder norte-coreano está entre os 26 chefes de Estado e de governo convidados para o grande desfile militar liderado por Xi Jinping na quarta-feira.
A coreografia diplomática está sendo mantida em segredo, apesar das especulações sobre o posicionamento dos líderes na tribuna e sobre uma possível reunião entre Xi, Kim e Putin, algo sem precedentes. A simples aparição pública de Kim Jong-un ao lado de diversos líderes estrangeiros já seria inédita. Com essa imagem, a China procurar causar um impacto simbólico em meio à crescente rivalidade com os Estados Unidos. O desfile encerrará uma sequência em que Pequim busca demonstrar sua força diplomática e poderio militar.