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Em discurso de posse, mexicano López Obrador promete mudanças radicais

1 dez 2018 - 17h37
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O veterano esquerdista Andrés Manuel López Obrador foi empossado como presidente mexicano neste sábado prometendo uma mudança radical de regime em um país que sofre com violência de gangues, pobreza crônica e corrupção, na porta dos Estados Unidos.

Com uma gigante bandeira mexicana ao fundo, o político de 65 anos fez o juramento de posse na Câmara dos Deputados do México, dizendo que seu governo derrubaria o que ele chamou de o legado desastroso de décadas de governos "neoliberais".

"A partir de agora, a transformação está em andamento, ordenada e pacífica, mas ao mesmo tempo radical, porque acabaremos com a corrupção e a impunidade que impedem o renascimento do México", disse ele.

O primeiro esquerdista a tomar posse no México em uma geração também tentou tranquilizar os mercados depois do forte abalo sofrido desde as eleições de 1º de julho, numa reação às preocupações com suas políticas. O movimento incluiu o cancelamento abrupto de um projeto aeroportuário de 13 bilhões de dólares.

López Obrador reiterou que os investimentos no país de 130 milhões de pessoas seriam seguros e prometeu respeitar a independência do banco central.

Dizendo que seu governo faria economia interrompendo as perdas do erário público para o "esgoto da corrupção", prometeu não aumentar a dívida nacional ou os impostos.

Mas em uma referência a um dos seus heróis, o ex-presidente Benito Juárez, que separou a igreja e o Estado no México, López Obrador prometeu que seu governo garantiria uma divisão entre o poder econômico e político do país.

Ele disse que o governo de seu antecessor, Enrique Peña Nieto, causou uma queda na produção de petróleo ao abrir o setor de energia na segunda maior economia da América Latina ao investimento privado.

Alguns dos problemas mais difíceis a serem enfrentados por López Obrador estão agora mais graves do que quando Peña Nieto assumiu em 2012 prometendo enfrentar uma violência sem precedentes. Como seu antecessor, o novo presidente diz que a segurança será sua principal prioridade.

Mais de 25.000 assassinatos, um recorde, foram registrados em 2017. Mas mais de 10.000 foram registrados entre julho e outubro, o período mais sangrento de quatro meses desde que os registros modernos começaram em 1997.

López Obrador assume o poder com mais apoio do que Peña Nieto, de acordo com levantamento realizado pela empresa de pesquisas Consulta Mitofsky, publicado na sexta-feira.

Refletindo suas maneiras austeras, ele chegou ao Congresso em um modesto Volkswagen branco com pouca segurança visível, em contraste com o opulento estilo de vida de seus antecessores.

Em outro sinal de mudança, as portas da residência oficial de Peña Nieto em Los Pinos foram abertas aos visitantes no sábado. López Obrador disse que vai economizar vivendo em um apartamento no palácio presidencial.

Peña Nieto retornou ao México de uma cúpula do G20 na Argentina no sábado de manhã, no último vôo oficial de seu avião presidencial Boeing Dreamliner, que López Obrador está colocando à venda.

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