Eleição no Chile: Kast, 'Bolsonaro chileno', confirma favoritismo em apuração e deve ser novo presidente
Jeannette Jara e José Antonio Kast disputam presidência do Chile no segundo turno; trata-se do primeiro pleito em que voto é obrigatório para chilenos.
O candidato de direita José Antonio Kast está prestes a se tornar o presidente eleito do Chile, após conquistar uma ampla vantagem sobre a candidata comunista Jeannette Jara, de acordo com os resultados parciais das eleições realizadas neste domingo (14/12).
Com 25% dos votos apurados, Kast tem 59% dos votos, contra 40% de Jara, que no mês passado foi a candidata mais votada no primeiro turno.
Estas são as primeiras eleições presidenciais no Chile em que o voto é obrigatório.
Kast parece estar capitalizando a transferência de votos de candidatos de direita derrotados no primeiro turno, tendo garantido o apoio do libertário Johannes Kaiser e de Evelyn Matthei, representantes da direita mais tradicional.
Entre as incertezas que cercam esta eleição está o destino dos votos dos mais de cinco milhões de chilenos que são obrigados a votar pela primeira vez.
Também não está claro qual será a preferência daqueles que votaram no candidato anti-establishment Franco Parisi, que ficou em terceiro lugar com quase 20% dos votos.
Nesse contexto, o advogado José Antonio Kast, líder da extrema-direita e fundador do Partido Republicano, concorre à presidência pela terceira vez com uma plataforma de "linha dura contra o crime", focada em segurança e combate à imigração ilegal, além de cortes nos gastos públicos.
Já Jara, ex-ministra do Trabalho do atual governo, representa uma aliança que reúne todos os setores da esquerda e do centro-esquerda chilenos.
Ela chega ao segundo turno após vencer o primeiro, com uma mensagem centrada em maior acesso a programas de proteção social e medidas para lidar com as questões de segurança e imigração, duas prioridades para os chilenos.
Ambos tentaram conquistar o apoio dos eleitores que se consideram mais próximos ao centro político, em uma eleição histórica marcada pelo forte antagonismo entre os modelos sociais que cada um defende.