Candidato da oposição venezuelana defende retorno de exilados e libertação de presos políticos
O candidato da oposição venezuelana, Edmundo González, disse nesta quarta-feira que está comprometido com a realização de uma transição que permitirá que os exilados retornem ao país e que os presos políticos sejam libertados.
González foi nomeado na sexta-feira pela coalizão de oposição Plataforma Unitária Democrática como candidato para a eleição presidencial de 28 de julho, depois que a vencedora das primárias da oposição, María Corina Machado, foi proibida de concorrer e sua suplente não conseguiu registrar sua candidatura.
O ex-diplomata, de 74 anos, aparecerá na cédula em três vagas do partido de oposição, enquanto o presidente Nicolás Maduro, que está no poder há mais de uma década, aparecerá em 13 partidos diferentes.
"Estamos comprometidos com a realização de uma transição que garanta a liberdade dos presos políticos, o retorno dos exilados e de todos os venezuelanos que saíram e desejam retornar", disse González em um vídeo postado nas redes sociais.
Mais de 7 milhões de pessoas deixaram a Venezuela nos últimos anos, a maioria delas migrando para países vizinhos na América Latina.
Embora o governo de Maduro tenha concordado com um acordo de troca de prisioneiros com os Estados Unidos em dezembro, libertando dezenas de venezuelanos e alguns norte-americanos, membros da oposição e ativistas foram detidos recentemente pelo que apoiadores dizem ser razões infundadas.
"É hora de marcharmos juntos pela recuperação de nossa democracia, é hora de deixarmos de lado nossas diferenças e trabalharmos juntos para alcançarmos a vitória eleitoral", disse González em seus primeiros comentários mais longes desde que foi nomeado candidato à Presidência.
González, que trabalhou como diplomata na Argélia e na Argentina, disse que não esperava ser candidato, mas que era preciso tomar medidas em relação à pobreza, inflação, saúde e educação, e que o fornecimento irregular de água e eletricidade está prejudicando o crescimento econômico.
Ele não mencionou Maduro, um socialista cujo governo enfrenta uma profunda crise econômica marcada pela escassez de produtos básicos, inflação altíssima e repressão à dissidência política.
Os EUA reimpuseram sanções aos setor de petróleo da Venezuela em 17 de abril, acusando Maduro de descumprir os acordos firmados com a oposição para garantir eleições livres e justas.