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Brasileira presa no Camboja saberá resultado do julgamento só em novembro

Daniela Marys Costa Oliveira foi presa em posse de três pílulas e família afirma que ela foi vítima de tráfico humano

23 out 2025 - 11h06
(atualizado às 11h14)
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Resumo
A brasileira Daniela Marys, acusada de posse de drogas no Camboja, aguarda o resultado de seu julgamento em novembro; a família alega que ela foi vítima de tráfico humano e enfrenta dificuldades com a falta de apoio do governo.
Saiba quem é a brasileira que está há sete meses detida em prisão superlotada no Camboja:

A arquiteta Daniela Marys Costa Oliveira, de 35 anos, presa no Camboja por posse de drogas, passou por audiência nesta quinta-feira, 23. No entanto, segundo a família, a decisão só será comunicada no dia 12 de novembro. Caso seja condenada, ela pode pegar até 20 anos de prisão

O advogado esclareceu à irmã dela, Lorena Marys, que esteve presente durante a sessão um representante da Um Grito Pela Vida, rede intercongregacional de enfrentamento e erradicação do tráfico de pessoas. A família ainda não sabe se algum representante do governo brasileiro esteve presente. 

Daniela Marys de Oliveira está presa no Camboja
Daniela Marys de Oliveira está presa no Camboja
Foto: Reprodução/Daniela Marys/Facebook

Agora, a família espera que o resultado seja positivo e que ela seja inocentada. A família da brasileira alega que ela, na verdade, foi vítima de tráfico humano ao se mudar para o país. Segundo a irmã dela contou ao Terra, Daniela recebeu a proposta de trabalhar com telemarketing no país da Ásia em meados de janeiro via Telegram. Na época, ela, que já havia residido nos Estados Unidos e nos Emirados Árabes, estava morando com a mãe em João Pessoa, na Paraíba.

O emprego seria temporário, de seis meses a um ano, justamente para levantar um dinheiro. Sociável, alegre e fluente em inglês, ela topou o novo desafio. Chegou ao Camboja em 30 de janeiro e foi levada para um complexo a 10 horas da capital do país. O local tem vários andares, em uma área descampada e erma. Ali ela passou a ser mantida em cárcere privado, conforme relatou Lorena. 

Daniela passou o mês todo de fevereiro naquele local sem fazer nada, já que os responsáveis pelo local estavam recrutando mais vítimas. Em março, quando começaram o treinamento, a brasileira soube que havia sido levada ao país para aplicar golpes pela internet. Ela se negou e sua situação começou a se complicar.

No dia 26 de março, foi presa por policiais dentro do complexo. Eles a acusaram de estar em posse de três pílulas, conforme a família. Todos os seus pertences, celular, notebook, roupas e passaporte, ficaram com os criminosos que a mantiveram em cativeiro por quase dois meses.

A arquiteta foi levada para a Prisão Provincial de Banteay Meanchey, local com superlotação e registros de morte em março deste ano. Inclusive, em setembro, ela contraiu uma infecção na penitenciária e precisou de atendimento médico em um hospital. 

Daniela Marys de Oliveira está presa no Camboja
Daniela Marys de Oliveira está presa no Camboja
Foto: Reprodução/Daniela Marys/Facebook

“É uma aflição. A minha mãe declinou emocionalmente. Ela chegou num nível de dor que eu não consigo explicar. Não tem sido fácil, porque são sete meses de uma luta, é um sentimento de impotência, porque a gente tenta fazer tudo e infelizmente o Governo não está dando resposta. É uma angústia porque você não sabe como é que ela está, o estado dela, como é que vai ser esse processo de julgamento, se vai ser justo ou não. É uma aflição, a gente só quer que esse pesadelo acabe e ela volte”, desabafa Lorena. 

Até 20 anos de prisão

Organismos internacionais apontam que, no Camboja, as sanções para delitos ligados a entorpecentes variam de acordo com o contexto. Segundo um relatório da Anistia Internacional sobre a "guerra contra as drogas" no país, a Lei de Controle de Drogas de 2012 estabelece as seguintes penas mínimas e máximas:

  • Tráfico: De 2 a 20 anos de encarceramento.
  • Posse: De 2 a 5 anos de prisão, podendo chegar a 10 anos para reincidentes.
  • Consumo: De 1 a 6 meses de reclusão, com possibilidade de 1 ano em caso de reincidência.

O mesmo relatório da Anistia Internacional mostra que o Camboja tem reincidido em violações de direitos humanos e na superlotação carcerária no contexto de sua política de combate às drogas.

Família acredita que Daniela Marys foi vítima de tráfico humano
Família acredita que Daniela Marys foi vítima de tráfico humano
Foto: Arquivo pessoal

A situação precária é corroborada pelo relato da família da arquiteta, que informou que Daniela está detida na Prisão Provincial de Banteay Meanchey, uma unidade superlotada e com registros de óbitos. A própria arquiteta contraiu uma infecção na penitenciária em setembro e precisou de atendimento médico hospitalar.

Fonte: Portal Terra
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