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Bolton diz que Rússia está "atolada" na Síria e que Irã precisa sair do conflito

22 ago 2018 - 09h22
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A Rússia está "atolada" na Síria e procura outros para financiarem a reconstrução do pós-guerra no país, disse o assessor de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Bolton, descrevendo o cenário como uma oportunidade para Washington pressionar as forças do Irã a saírem do conflito.

Assessor de segurança nacional dos EUA, John Bolton, durante entrevista coletiva em Jerusalém 22/08/2018 Abir Sultan/Pool via Reuters
Assessor de segurança nacional dos EUA, John Bolton, durante entrevista coletiva em Jerusalém 22/08/2018 Abir Sultan/Pool via Reuters
Foto: Reuters

Bolton, que conversou com a Reuters durante uma visita a Israel, disse que os contatos dos EUA com a Rússia não incluem nenhum entendimento sobre uma ofensiva das forças de Damasco contra os rebeldes em Idlib, mas alertou para que não se use nenhuma arma química ou biológica na localidade.

O governo do presidente Donald Trump vem procurando se afastar da Síria, onde a gestão norte-americana anterior mobilizou algumas tropas e forneceu apoio limitado a forças curdas rebeldes apesar das objeções da Turquia, sua parceira na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Bolton saiu pela tangente quando indagado se estas medidas serão mantidas, dizendo que os EUA continuarão na Síria para concretizar alguns objetivos específicos.

"Nossos interesses na Síria são finalizar a destruição do califado territorial do Isis (Estado Islâmico), lidar com a ameaça contínua do terrorismo do Isis e nos preocupar com a presença de milícias e forças regulares iranianas", disse ele em uma entrevista.

Em uma coletiva de imprensa em Jerusalém nesta quarta-feira, Bolton expressou apoio aos ataques israelenses dos últimos meses em locais da Síria onde disse que mísseis fornecidos por Teerã e outras "armas ameaçadoras" foram posicionados.

"Acho que é um ato legítimo de defesa da parte de Israel", opinou.

A Rússia, grande potência apoiadora do presidente sírio, Bashar al-Assad, diz estar empenhada em destruir os insurgentes do Estado Islâmico, mas tem se mostrado mais circunspecta a respeito do envolvimento do Irã, outra potência estrangeira que reforça Damasco.

Nesta quarta-feira, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov disse discordar das alegações de Bolton, afirmando Moscou está ajudando no retorno de refugiados à Síria e a dar início ao processo de reconstrução do país.

"A declaração de que a Rússia está 'atolada' não é correta, ainda mais vindo de nossos colegas em Washington. Não devemos esquecer que soldados norte-americanos também estão em território sírio", disse Peskov.

Bolton disse que o presidente russo, Vladimir Putin, que se encontrou com Trump em Helsinque em 16 de julho, disse aos EUA que Moscou não pode exortar os iranianos a partirem da Síria.

"Mas ele também nos disse que seu interesse e o do Irã não são exatamente os mesmos. Então é óbvio que conversaremos com ele sobre que papel eles podem desempenhar", afirmou Bolton, que se reunirá com seu homólogo russo, Nikolai Patrushev, em Genebra na quinta-feira.

"Veremos o que nós e outros podemos combinar em termos de resolver o conflito na Síria. Mas o prerrequisito aí é o recuo de todas as forças iranianas de volta para o Irã".

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