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Ásia

Casal nega abandono de bebê portador da síndrome de Down

Australianos disseram que querem a criança de volta em meio a um escândalo que envolve uma mãe de aluguel tailandesa

10 ago 2014 - 13h27
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Gammy, hoje com 7 meses, foi considerado por especialistas livre de problemas cardíacos
Gammy, hoje com 7 meses, foi considerado por especialistas livre de problemas cardíacos
Foto: Damir Sagolj / Reuters

Um casal australiano que está no centro de um escândalo envolvendo uma mãe de aluguel tailandesa negou neste domingo ter abandonado um dos gêmeos porque o bebê é portador da síndrome de Down, e disse que lutará para ter a criança de volta.

David Farnell, 56, condenado por abuso sexual de crianças e pai biológico do bebê, Gammy, disse ao Channel Nine que ele e a mulher, Wendy, queriam ter trazido a criança consigo.

Foi a primeira entrevista do casal desde o escândalo surgido com a revelação de que eles abandonaram o bebê na Tailândia com a mãe de aluguel, Pattaramon Chanbua, 21, e levaram apenas sua irmã gêmea, Pipah, para casa.

O casal alegou que Pattaramon queria ficar com a menina, e disse que deixou a Tailândia sem Gammy por medo de perder também sua irmã gêmea.

Os Farnells, da cidade australiana de Bunbury, contaram anteriormente terem sido informados de que Gammy tinha um problema cardíaco - e não síndrome de Down - e que, segundo os médicos, não sobreviveria.

Gammy, hoje com 7 meses, foi considerado por especialistas livre de problemas cardíacos, informou nesta sexta-feira uma instituição de caridade australiana que arrecadou mais de 240 mil dólares para a criança.

A Hands Across the Water disse que o menino recebeu alta do hospital, onde tratou uma infecção pulmonar, e estava morando em Bangcoc com a família.

Segundo David Farnell, Pattharamon disse que se o casal tentasse levar o menino, ela chamaria a polícia e levaria a menina, ficando com os dois bebês.

Pattaramon contou que aceitou ser mãe de aluguel em troca de 14,9 mil dólares. Uma agência, cujo nome ela não revelou por motivos legais, agiu como intermediária.

A jovem disse que os Farnells quiseram que ela fizesse um aborto - ilegal na Tailândia - quando exames médicos confirmaram que o bebê tinha síndrome de Down, mas que recusou a sugestão.

"Nós nunca o abandonamos, nunca pedimos que a mãe de aluguel abortasse", afirmou David Farnell, admitindo, no entanto, ter pensado no assunto.

"Porque ele tem uma deficiência, e isso é triste. E seria difícil. Não impossível, mas difícil."

Farnell também reconheceu que o casal não procurou ter notícias de Gammy desde que deixou a Tailândia.

"Estávamos tentando, na Austrália, garantir que Pipah estivesse a salvo, e que ninguém tentaria tirá-la de nós. Quando tivermos certeza de que ela está segura conosco, poderemos tentar ter o menino de volta", justificou, explicando que, por ter nascido na Tailândia, ela ainda não era legalmente australiana.

A declaração foi feita no momento em que Canberra pediu à Tailândia um período de transição antes de banir a prática da barriga de aluguel comercial, para proteger acordos anteriores feitos por australianos.

O governo tailandês propôs um controle mais rigoroso da prática, após o escândalo envolvendo Gammy.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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