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América Latina

Evo Morales avalia expulsão do encarregado de Negócios dos EUA

16 fev 2016 - 11h57
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O presidente da Bolívia, Evo Morales, avalia a possível expulsão do encarregado de Negócios da Embaixada dos Estados Unidos, Peter Brennan, após acusá-lo de ser parte de uma suposta conspiração contra si, publicam nesta terça-feira meios de comunicação locais.

"Vamos avaliar, mas em nossa gestão não vamos permitir nenhuma conspiração que venha de fora, estamos documentando tudo para fazer uma avaliação oportunamente", disse Morales, após ser consultado no canal de televisão "PAT" se considerou expulsar Brennan, que é o máximo representante de Washington na Bolívia.

Em suas declarações ontem à noite ao canal de televisão, o líder acusou aos EUA de estarem por trás de uma "guerra suja" contra a campanha governamental visando o referendo sobre uma reforma constitucional que permitiria outra reeleição de Morales.

O presidente se referiu ao rebuliço provocado pela denúncia de que uma ex-companheira, Gabriela Zapata Montaño, obteve supostamente benefícios para a empresa na qual trabalha, a firma chinesa Camce, que assinou contratos com o Estado.

"Este tema, (o) da senhora Gabriela Zapata, vem bem organizado, bem planificado pela Embaixada dos EUA", sustentou.

Zapata é a gerente comercial dessa firma na Bolívia.

A denúncia foi feita originalmente pelo jornalista Carlos Valverde e rejeitada tanto por Morales como por Zapata.

O parlamento, onde o Governo conta com dois terços das cadeiras, analisará hoje a criação de uma comissão que averiguará essas denúncias.

A denúncia indica que Camce obteve contratos do Estado, a maioria por convite direto, por um valor de US$ 566 milhões.

Segundo pesquisas divulgadas nos últimos dias, o escândalo minguou o apoio de Morales para o referendo do domingo, no qual a população decidirá se aceita ou rejeita uma reforma constitucional que permita ao líder voltar a ser candidato à presidência no pleito de 2019.

Morales também reiterou suas acusações de que a oposição recebe supostamente financiamento para a campanha pelo "Não" na consulta do próximo fim de semana.

Bolívia e Estados Unidos não têm relações em nível de embaixadores desde setembro de 2008, quando Morales expulsou o então representante, Philip Goldberg, que também é acusado de estar supostamente envolvido em um ato de conspiração.

Desde então, ambos países tentaram em várias ocasiões normalizar suas relações com a designação de embaixadores e inclusive Morales teve um encontro com Brennan com esse propósito em agosto.

EFE   
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