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América Latina

Deputados dos EUA votam projeto de lei que pode encerrar maior 'shutdown' da história

Após 42 dias de paralisação parcial do governo americano, os deputados devem votar hoje (12) o projeto de lei que pode pôr fim ao chamado "shutdown". O presidente da Câmara dos Representantes, o republicano Mike Johnson, acredita ter votos suficientes para aprovar o pacote e encerrar o impasse que deixa milhares de funcionários sem salário e afeta os serviços públicos em todo o país.

13 nov 2025 - 05h42
(atualizado em 13/11/2025 às 06h48)
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Luciana Rosa, correspondente da RFI em Nova York

Após 42 dias de paralisação parcial do governo americano, os deputados devem votar hoje (12) o projeto de lei que pode pôr fim ao chamado "shutdown". O presidente da Câmara dos Representantes, o republicano Mike Johnson, acredita ter votos suficientes para aprovar o pacote e encerrar o impasse que deixou milhares de funcionários sem salário e afetou serviços públicos em todo o país.

O Comitê de Regras da Câmara se reuniu na noite de terça-feira (11) para avançar na análise do texto, já aprovado pelo Senado, e autorizar a votação em plenário, marcada para 16h pelo horário de Washington (18h em Brasília). A paralisação já dura 42 dias e é a mais longa da história dos Estados Unidos. 

O projeto de lei garante financiamento integral para algumas agências federais até o fim do ano fiscal e prorroga o orçamento do restante do governo até o fim de janeiro. Se aprovado, o texto encerrará o "shutdown", que paralisou serviços públicos, atrasou pagamentos e provocou caos em aeroportos de todo o país.

Mike Johnson, está otimista e conta com o apoio do presidente americano, Donald Trump, que classificou o acordo de "muito bom". A ala ultraconservadora do Partido Republicano, o Freedom Caucus, também se declarou satisfeita porque o texto não renova os subsídios do Obamacare, o programa de saúde criado durante o governo do presidente Barack Obama.

Antes da reunião do Comitê de Regras, o líder democrata na Câmara, Hakeem Jeffries, criticou os republicanos e prometeu continuar lutando contra o aumento dos custos de saúde nos Estados Unidos, defendendo que o projeto de lei inclua a renovação dos subsídios do Obamacare. Jeffries disse esperar que os deputados democratas "se oponham firmemente" ao texto aprovado pelo Senado, por não garantir a continuidade desses benefícios.

Além disso, há um desafio mais logístico do que político para a votação. Depois de quase 50 dias de recesso, os parlamentares foram convocados às pressas para voltar a Washington, e muitos enfrentam cancelamentos e atrasos de voos, causados justamente pelos efeitos do "shutdown". Por isso tem até deputado voltando para a capital de moto: o republicano Derrick Van Orden, de Wisconsin, decidiu realizar o trajeto até Washington em sua Harley-Davidson , uma viagem de cerca de 16 horas.

Aprovação no Senado cercada de polêmica 

A exclusão de uma das principais exigências do Partido Democrata - a renovação dos subsídios do Obamacare - resultou em tensões dentro da legenda. Os parlamentares progressistas acusam os oito colegas que votaram a favor do projeto de lei (sete democratas e um independente) de terem cedido demais para encerrar o impasse. Eles são acusados de "traição" e "fracasso" por alguns dos nomes mais influentes do partido.

Por outro lado, os senadores argumentam que era urgente pôr fim à crise, já que o "shutdown" deixava servidores sem salário, atrasava voos e ameaçava programas de assistência alimentar. 

Cerca de 700 mil funcionários públicos federais estão trabalhando sem remuneração. Outros 600 mil estão afastados desde o início do "shutdown", em 1º de outubro. Apenas os serviços considerados essenciais, como o controle de tráfego aéreo, continuaram em operação. Mas, com o setor sobrecarregado há semanas, a situação passou a colocar em risco a segurança dos voos, levando a Agência Federal de Aviação a suspender parcialmente as operações em alguns dos principais aeroportos do país.

Nesta terça-feira, mais de 1.200 voos foram cancelados e mais de 2.000 registraram atrasos em todo o território americano. O aeroporto de LaGuardia, em Nova York, viveu um dia de caos: 11% dos voos foram cancelados — 214 no total, segundo dados da FlightAware — e quase 40% sofreram atrasos. 

RFI A RFI é uma rádio francesa e agência de notícias que transmite para o mundo todo em francês e em outros 15 idiomas.
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