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América Latina

Autoridade argentina: morte de Nisman foi tentativa de golpe

Subsecretário do governo não disse, porém, quem considera responsável pela morte do promotor

10 fev 2015 - 08h38
(atualizado às 15h32)
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<p>Mulher segura cartaz que diz "Justiça por Nisman" durante protesto em frente ao Congresso argentino.</p>
Mulher segura cartaz que diz "Justiça por Nisman" durante protesto em frente ao Congresso argentino.
Foto: Marcos Brindicci / Reuters

A morte misteriosa do promotor argentino que foi encontrado morto após acusar a presidente Cristina Kirchner de acobertar um atentado foi uma tentativa de golpe de Estado, disse na segunda-feira o subsecretário de Relações com a Sociedade Civil do governo da Argentina.

O promotor Alberto Nisman foi achado sem vida no dia 18 de janeiro em seu apartamento em Buenos Aires com um tiro na cabeça e uma arma ao lado, dias após ter denunciado um suposto complô para encobrir os autores de um trágico ataque antissemita investigado por ele há uma década.

"Estamos diante de uma tentativa de golpe de Estado, que procura derrubar a presidente e acabar com este projeto político que governa desde 2003, para impor a restauração conservadora-neoliberal que governou durante décadas para seu próprio proveito", disse o subsecretário Gustavo López em comunicado.

O subsecretário não apontou claramente quem considera ser responsável pela morte de Nisman, mas relacionou o incidente aos "grandes interesses econômicos". Ainda não se sabe se o promotor cometeu suicídio ou foi assassinado.

A morte de Nisman prejudicou a imagem de Cristina, complicando as opções do governo para as eleições presidenciais de outubro. A presidente não poderá concorrer porque já exerceu dois mandatos consecutivos, mas especialistas dizem que o caso vai atingir negativamente o candidato que for escolhido pelo atual governo.

O governo afirma que o promotor recebeu informação falsa de ex-agentes de inteligência para elaborar sua denúncia, que, além de Cristina, inclui também o chanceler argentino, Héctor Timerman, e um parlamentar.

Chefe de Gabinete argentino rasga páginas do 'Clarín':

Quatro dias antes de morrer, Nisman havia denunciado um plano governamental para encobrir os iranianos acusados de terem organizado um atentado contra uma organização judaica em Buenos Aires, que deixou 85 mortos, em 1994.

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