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Acusada de roubo, Rússia formaliza acordo para vacina britânica contra Covid-19

17 jul 2020 - 07h48
(atualizado às 13h15)
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A Rússia divulgou um acordo com a AstraZeneca para fabricar uma vacina contra Covid-19 sendo desenvolvida pela gigante farmacêutica e pela Universidade de Oxford, disse o chefe do fundo soberano do país nesta sexta-feira, acrescentando que isso mostra que Moscou não precisa roubar dados de vacinas.

Kirill Dmitriev em São Petersburgo
07/06/2019 REUTERS/Maxim Shemetov
Kirill Dmitriev em São Petersburgo 07/06/2019 REUTERS/Maxim Shemetov
Foto: Reuters

Na quinta-feira, Reino Unido, Canadá e Estados Unidos disseram que hackers apoiados pelo Estado russo estão tentando roubar pesquisas sobre vacinas e tratamentos contra Covid-19 de instituições acadêmicas e farmacêuticas de todo o mundo, alegações que o Kremlin negou.

Kirill Dmitriev, chefe do Fundo de Investimento Direto Russo, disse em uma entrevista concedida nesta sexta-feira que Moscou não precisa roubar segredos por já ter um acordo com a AstraZeneca para fabricar a potencial vacina britânica na Rússia.

"A AstraZeneca já tem um acordo... com a (empresa russa) R-Pharm a respeito da localização e produção completa da vacina de Oxford na Rússia", disse Dmitriev.

Alexey Repik, presidente do conselho da R-Pharm, disse nesta sexta que sua empresa assinou o acordo.

"Não há nada que precise ser roubado", afirmou à Reuters Dmitriev, que está envolvido na coordenação da própria iniciativa russa de desenvolvimento de uma vacina. "Tudo será dado à Rússia."

A AstraZeneca não quis comentar. No mês passado disse estar conversando com a Rússia e outros países a respeito de acordos de suprimentos para sua potencial vacina contra Covid-19.

Dmitriev disse que a aquisição russa da vacina desenvolvida no Reino Unido foi concebida para complementar, e não substituir, sua vacina nacional, que é aquela a que Moscou se dedica a desenvolver.

As alegações ocidentais de que Moscou está tentando roubar segredos de vacina parecem uma tentativa de minar a credibilidade da vacina da própria Rússia, disse ele, descrevendo-a como uma das mais promissoras do mundo, juntamente com a de Oxford e de uma sendo desenvolvida na China.

"Estes ataques mostram que outros países não estão tendo uma abordagem aberta, não estão contentes de ver a vacina russa ter sucesso, e estão com ciúmes de a vacina russa possivelmente ser a primeira e possivelmente ser mais eficiente do que as outras."

Dmitriev diz que a vacina da Rússia tem previsão de ter aprovação regulatória no próximo mês e deve ser administrada a uma grande parcela da população russa em setembro. Se isso acontecer, seria a primeira vacina contra a Covid-19 do mundo a ser aprovada.

A primeira fase da vacina com humanos, um teste de um mês com 38 pessoas, terminou nesta semana. Os pesquisadores concluíram que ela é segura para uso e induziu uma resposta imunológica, embora a força dessa resposta permaneça incerta.

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