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Mackenzie Dern reflete sobre família e sua filha antes de luta no UFC: 'Quero ser um exemplo'

Americana-brasileira enfrenta Yan Xiaonan neste sábado, pelo UFC Fight Night; vitória pode aproximá-la do cinturão dos pesos palha

30 set 2022 - 19h26
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Aos 29 anos, Mackenzie Dern tem sua vida moldada no MMA, UFC e jiu-jítsu - onde é faixa preta da arte marcial. Nascida em Arizona, ela é filha do ex-lutador Wellington "Megaton" Dias, responsável por lhe apresentar o esporte. Em uma ascensão meteórica no peso palha da organização, ela encara Yan Xiaonan, a número 6 da categoria, neste sábado, em Las Vegas.

Americana-brasileira, Mackenzie opta por defender o Brasil no UFC, por sua família, amigos e fãs brasileiros - que não param de aumentar. Na organização desde 2018, a lutadora vive os melhores anos de sua carreira, tanto dentro quanto fora do octógono. Com cinco vitórias e apenas uma derrota nos últimos três anos, Mackenzie trilha seu caminho como um dos principais nomes da categoria.

Em meio a seu sucesso no MMA, tirou um tempo em sua carreira no MMA por conta de sua gravidez. Moa, hoje com três anos, é fruto de sua relação com o surfista Wesley Santos. Em entrevista ao Estadão antes de seu combate no sábado, pelo UFC Fight Night, ela reflete sobre a imagem e exemplo que quer passar a sua filha, ao mesmo tempo em que segue em sua busca pelo cinturão do UFC.

"A Moa é demais, é um incentivo a mais para a minha carreira. Eu sempre lutei para ser campeã mundial, pelo cinturão, mas agora eu luto por ela também. Preciso colocar comida para ela e ser um exemplo para o que ela quiser ser no futuro", conta Mackenzie. A lutadora se espelha em seu pai, Megaton, para ensinar sua filha.

"Muito do jeito que eu treino e luto é por conta do meu pai. Ele me mostrou a melhor maneira de lutar, a forma de lidar com os meus problemas, e eu quero repetir isso com a Moa", afirma Mackenzie. "Se ela quiser ser uma advogada, médica ou até lutadora, eu vou apoiá-la. O que eu quero é ensiná-la e que, no fim do dia, sinta orgulho de mim".

Em suas lutas e treinamentos, Mackenzie leva sua filha ao octógono. "Ela chega e tenta me ensinar nos treinos. 'Não é assim que se bate, mamãe. Acerta desse jeito'. Ela me ajuda muito, me dá água. É uma força a mais para mim", afirma a lutadora.

LUTA DE MACKENZIE DERN NO UFC

Em abril, Mackenzie derrotou a americana Tecia Torres. Desde então, ela vem se preparando para o combate, que só foi definido em julho. "Eu sabia que lutaria em outubro, mas não contra quem. Chegaram a cogitar o cinturão interino, mas eu sabia que precisava me preparar, independentemente de qual fosse a adversária", conta.

Mackenzie afirma que, desde abril, já ansiava pelo seu novo combate. "Quando fecharam o combate com a Yan, eu já estava preparada", afirma. Durante esse último camping, focou no wrestling - apesar de não gostar muito desse estilo de combate -, esperando que sua adversária pudesse estar mais na defensiva.

"Eu sou mais focada no jiu-jítsu, mas melhorei muito nos últimos meses. Caio e levanto melhor, além de ter ganho muita massa muscular durante o camping". Mackenzie também brinca, quando reflete sobre sua última derrota - contra a brasileira Marina Rodriguez -, que o objetivo é finalizar a luta o quanto antes. "Quando levar a Yan para o chão, ela não pode levantar mais".

Uma vitória no sábado pode aproximar Mackenzie de uma disputa do cinturão. Com 12 vitórias e apenas duas derrotas em seu cartel, a brasileira ainda gostaria de realizar uma última luta antes de disputar o título mundial. "Preciso ter certeza de que estou preparada. Se vencer a Yan e me colocarem para disputar o cinturão, talvez seja levada pela emoção e tome decisões equivocadas", conta.

"Nas minhas derrotas, percebi que prestei muita atenção nos meus arredores, na comissão técnica adversária e nos gritos da torcida. Hoje, quando vou para o combate, não penso em mais nada que não seja na luta", afirma Mackenzie. Contra Marina, a brasileira foi derrotada por decisão unânime dos juízes.

LUTA NO BRASIL

Em janeiro, o UFC retorna ao Brasil após quase três anos de hiato. No dia 21 de janeiro, o Rio recebe o primeiro evento desde março de 2020. Ainda sem o card definido, Mackenzie não esconde que gostaria de estar entre os presentes. "Será difícil e, sinceramente, acho que não irá acontecer (de lutar em janeiro no Brasil). Por conta do pouco tempo de preparação, o camping teria que ser mais intenso e atrapalharia meu desenvolvimento", afirma Mackenzie. Por outro lado, ela tem certeza de que estará presente no Brasil, em janeiro, ao menos como espectadora.

"Lutar no Brasil é sempre muito especial. Estar ao lado dos meus familiares, amigos e fãs me dá uma energia a mais para competir. Em 2018, também no Rio, deixei de ganhar o nocaute da noite por não tirar o peso suficiente na balança", relata Mackenzie. "Quero ter uma segunda chance, o quanto antes, para apagar essa lembrança negativa do País."

Estadão
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