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Forças paramilitares da China dão "recado claro" com exercícios perto de Hong Kong

15 ago 2019 - 10h12
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Centenas de agentes da Polícia Armada Popular da China realizaram exercícios em um estádio esportivo de Shenzhen nesta quinta-feira, e o Departamento de Estado dos Estados Unidos expressou o receio de que possam ser mobilizados através da fronteira com Hong Kong para conter protestos no território.

Veículos militares estacionados perto de estádio em Shenzhen, na China
15/08/2019 REUTERS/Thomas Peter
Veículos militares estacionados perto de estádio em Shenzhen, na China 15/08/2019 REUTERS/Thomas Peter
Foto: Reuters

Mas diplomatas asiáticos e ocidentais em Hong Kong disseram que Pequim tem pouco desejo de enviar o Exército Popular de Libertação às ruas de Hong Kong.

Era possível ver homens uniformizados em um estádio do Centro Esportivo da Baía de Shenzhen, e um jornalista da Reuters ouviu gritos e assobios na manhã desta quinta-feira.

Mais tarde, a polícia realizou exercícios nos quais se dividiu em dois grupos, um deles usando camisetas pretas semelhantes às usadas por alguns manifestantes de Hong Kong.

O outro grupo continuou de uniforme, empunhou escudos de contenção de multidões e praticou arremetidas contra o primeiro grupo.

"Esta é a primeira vez que vi uma reunião de larga escala como essa", disse Yang Ying, recepcionista de um centro de bem-estar instalado dentro do complexo de lojas do estádio.

"Houve exercícios no passado, mas normalmente eles envolvem a polícia de tráfego", acrescentou ela. "Nossos amigos, redes sociais, todos dizem que é por causa de Hong Kong."

Dez semanas de protestos cada vez mais violentos entre a polícia e manifestantes mergulharam a cidade em sua pior crise desde que a China a recebeu de volta do Reino Unido em 1997.

Os protestos representam um dos maiores desafios ao presidente Xi Jinping desde que ele tomou posse, em 2012.

Na quarta-feira, o Departamento de Estado dos EUA disse estar profundamente preocupado com relatos de que forças policiais chinesas estavam se reunindo perto da fronteira de Hong Kong e pediu ao governo da cidade que respeite a liberdade de expressão.

Em Shenzhen, a polícia paramilitar marchou para dentro e para fora do estádio, próximo a um complexo de lojas onde compradores circulavam.

No estacionamento do estádio havia mais de 100 veículos paramilitares pintados de cor escura, incluindo caminhões de tropas, blindados de transporte de pessoal, ônibus e jipes. Ao menos três eram tratores com pá blindados, e dois veículos transportavam canhões de água.

O Global Times, tablóide nacionalista controlado pelo Diário do Povo do governista Partido Comunista chinês, publicou um vídeo nesta semana que mostrou colunas de caminhões e blindados de transporte de pessoal percorrendo a cidade, e seu editor, Hu Xijin, descreveu a movimentação no Twitter como um "recado claro para os agitadores de Hong Kong".

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