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Epidemia de cólera já deixa mais de mil mortos no Haiti

Hospitalizados chegam a 16.799; muitos haitianos culpam tropas da ONU pela doença.

16 nov 2010 - 18h49
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Muitos haitianos acusam tropas da ONU de levar doença ao país

Mais de mil pessoas já morreram em consequência da epidemia de cólera que assola o Haiti, segundo informou o Ministério da Saúde do país.

Dados atualizados no último domingo e divulgados nesta terça-feira pelo governo indicam que a doença já deixou 1.034 mortos desde outubro deste ano. Os hospitalizados chegam a 16.799.

Na capital, Porto Príncipe, 38 pessoas já morreram devido ao cólera. Segundo o ministério, apenas três dos dez departamentos (Estados) do Haiti ainda não têm casos registrados da doença.

Na segunda-feira, um integrante da Minustah (missão de paz da ONU no Haiti) matou a tiros pelo menos um manifestante que participava de um protesto em Cap Haitien, a segunda maior cidade haitiana. O ato acusava soldados da ONU vindos Nepal de levarem o cólera ao país.

"Um manifestante tinha uma arma e atirou no soldado, que atirou de volta em legítima defesa", disse o porta-voz da Minustah, Vicenzo Pugliese.

A ONU confirmou que o tipo de cólera verificado no Haiti é o mesmo existente no Nepal, mas diz não ter encontrado provas de que seus soldados sejam os portadores da doença.

Durante os protestos dessa segunda-feira em Cap Haitien, centenas de pessoas jogaram pedras nos soldados, incendiaram barricadas e uma estação de polícia

As Nações Unidas sugeriram que a violência pode ter ligação com a eleição presidencial, marcada para 28 de novembro.

Causas e tratamentos

O cólera é causado por uma bactéria transmitida por água ou alimentos contaminados, causando febre, diarreia e vômitos, levando à desidratação severa, e pode matar em 24 horas se não for tratada. No entanto, a doença pode ser controlada facilmente por meio da reidratação e de antibióticos.

Muitos haitianos não têm acesso à água limpa, sabão e saneamento adequado. Há receio de que o cólera se espalhe pelos acampamentos de sobreviventes do terremoto ocorrido em janeiro, onde vivem 1,1 milhão de pessoas.

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