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‘Fora, Cabral’ não cola e Pezão mantém a linha ‘paz e amor'

Mesmo sendo vice de Sérgio Cabral por sete anos, peemedebista vence rejeição de padrinho político e emplaca primeiro lugar na disputa

6 out 2014 - 13h50
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<p>Luiz Pez&atilde;o (PMDB), candidato ao Governo do Rio de Janeiro, obteve&nbsp;40,57% dos votos totais, garantindo participa&ccedil;&atilde;o no segundo turno</p>
Luiz Pezão (PMDB), candidato ao Governo do Rio de Janeiro, obteve 40,57% dos votos totais, garantindo participação no segundo turno
Foto: Leonardo Berenger / Futura Press

Fechadas as urnas no terceiro maior colégio eleitoral do Brasil, e abertas as negociações de segundo turno, o quadro sucessório no Rio expõe seus paradoxos e surpresas. Além da saída de cena de Anthony Garotinho, derrotado no primeiro turno, os eleitores fluminenses deram a vitória - em confortável primeiro lugar - ao governador Luiz Fernando Pezão (PMDB).

A contradição, para a qual o eleitor parece não ter dado a mínima importância, residiu no fato de Pezão ter sido, por longos sete anos e quatro meses, o vice do governo mais combatido e criticado do Estado nos últimos tempos.

Pezão foi o vice de Sérgio Cabral, o então governador do PMDB que sofreu por semanas seguidas um massacre político capitaneado pelos manifestantes no já histórico junho de 2013. Epicentro dos protestos dos jovens, o Rio adotou o “Fora Cabral” como uma espécie de slogan das ruas. Era chegar próximo a uma passeata na Avenida Presidente Vargas para se ouvir o brado pedindo a saída do então governador do Rio.

Mas, passada a euforia das manifestações, que se estenderam até o mês de julho, e com a virada do ano, o próprio Cabral foi montando o cenário para que Pezão assumisse o mandato e se cacifasse como o nome na sucessão estadual de 2014. O fato é que o “Fora, Cabral” não respingou em Pezão, que assumiu o mandato em abril deste ano.

Aos poucos, o vice do governo mais combatido das últimas décadas, foi construindo a imagem de político “paz e amor”, descolado dos “pecados” capitais de Cabral – entre eles, denúncias de corrupção. Começou com 4% nas pesquisas, ainda em abril, e teve um movimento de ascendência permanente nos levantamentos desde então. Fechou o dia de votação, neste domingo, com 3.242.513 votos, ou 40,57% do total. Não levou no primeiro turno, mas também se safou de uma campanha tida, no clamor dos protestos, como fadada ao fracasso.

UPPs

Com uma chapa que reuniu 18 partidos aliados, ainda que sem o PT de Lindberg Farias, Pezão escondeu Sérgio Cabral – de comum acordo com o próprio - e partiu para as ruas. Com a candidatura mais rica entre os cinco principais candidatos e a mais forte bandeira de campanha do governo, a política de segurança, foi deixando os adversários para trás. 

Mesmo num momento em que o projeto das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) vive uma grave crise, foi essa uma das principais bandeiras de campanha de Pezão. No domingo cedo, logo após votar em Piraí, no Sul Fluminense, fez questão de distribuir promessas de ampliação do projeto das UPPs - implantado pelo homem forte de Cabral, José Mariano Beltrame: “Vou continuar a focar fortemente na Segurança Pública para a Baixada, Zona Oeste, São Gonçalo e Niterói”, disse aos jornalistas, antes de sacramentado o resultado das urnas. 

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Fonte: Especial para Terra
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