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"Quem vai dar golpe? Meia dúzia de empresários?", ironiza Tarcísio sobre operação da PF

Candidato de Bolsonaro ao governo de São Paulo chamou investigação de "desarrazoada"

24 ago 2022 - 12h12
(atualizado às 12h39)
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Tarcísio de Freitas
Tarcísio de Freitas
Foto: Estadão

O candidato do Republicanos ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas, chamou a operação da Polícia Federal contra empresários que defenderam golpe de Estado em grupo do WhatsApp de "desarrazoada".

Durante sabatina do Estadão/FAAP, o candidato de Jair Bolsonaro (PL) para o Palácio dos Bandeirantes ironizou a ação. "Teve busca e apreensão feita contra quem só mandou um 'joinha' no grupo. Decretaram buscas, bloqueio de bens, de contas na internet. Isso é perigoso", opinou.

"Não vejo uma conversa de WhatsApp entre amigos como um condão para um golpe de Estado. Para fazer isso tem que 'combinar com os russos'", brincou. "Quem vai dar golpe? Meia dúzia de empresários? Isso não tem sentido."

Tarcísio disse também que a operação teve como alvo empresários que geram empregos para milhões de brasileiros e crescimento para o País. "Isso é razoável, isso é normal?"

Jornalista do Estadão, Eliane Cantanhêde ainda questionou se a ação não seria "preventiva" e foi hostilizada pelo público, que em parte era composta por integrantes da campanha de Tarcísio. "É ridículo esse tipo de comportamento em um debate no qual o candidato está acatando muito bem esse tipo de pergunta", reagiu.

Veja o momento da pergunta:

Entenda

A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços envolvendo oito empresários que defenderam um golpe de Estado em um grupo de WhatsApp por determinação do ministro Alexandre de Moraes, atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Os empresários Afrânio Barreira Filho (Coco Bambu), Ivan Wrobel (W3 Engenharia), José Isaac Peres (Multiplan), José Koury (shopping Barra World), Luciano Hang (lojas Havan), Luiz André Tissot (Sierra Móveis), Marco Aurélio Raymundo (Mormaii) e Meyer Joseph Nigri (Tecnisa) são alvos da ação.

A coluna de Guilherme Amado, do Metrópoles, teve acesso ao conteúdo do grupo que mostra trocas de mensagens como a do dia 31 de julho. Na ocasião, o empresário José Koury defendeu explicitamente uma ruptura na democracia do País. "Prefiro golpe do que a volta do PT. Um milhão de vezes. E com certeza ninguém vai deixar de fazer negócios com o Brasil. Como fazem com várias ditaduras pelo mundo”, afirmou, deixando implícito que não se importaria que o Brasil virasse uma ditadura novamente.

A mensagem recebeu apoio de parte dos integrantes do grupo, como o de Morongo, como é conhecido o dono da rede de lojas de surfe Mormaii. “Golpe foi soltar o presidiário! Golpe é o ‘supremo’ agir fora da constituição! Golpe é a velha mídia só falar m...”.

Morongo também citou os atos marcados para o 7 de Setembro. "Está sendo programado para unir o povo e o Exército e ao mesmo tempo deixar claro de que lado o Exército está. Estratégia top e o palco será o Rio. A cidade ícone brasileira no exterior. Vai deixar muito claro”, escreveu.

Ainda no mesmo dia, André Tissot, do Grupo Sierra, endossou a opinião sobre o golpe e disse que a ruptura já deveria ter ocorrido antes: “O golpe teria que ter acontecido nos primeiros dias de governo. [Em] 2019 teríamos ganhado outros 10 anos a mais”.

Pedido de investigação

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse ter acionado o Supremo Tribunal Federal (STF) para quebrar o sigilo de um grupo de WhatsApp com empresários bolsonaristas que teriam defendido, na troca de mensagens, um golpe de estado para manter o presidente Jair Bolsonaro no Planalto. O parlamentar defende que os autores das mensagens sejam presos "se necessário".

"A democracia não pode tolerar a convivência com quem quer sabotá-la", argumentou.

* Com informações do Estadão Conteúdo

Fonte: Redação Terra
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